Na Itália, no castelo de Aquino, perto de Nápolis, vivia uma família de classe alta . O irmão da avó era o Imperador Frederico I, chamado Barbarossa. Em 1224, nasceu o filho Tomás. Para dar-lhe a melhor educação possível, com 5 anos, ele foi levado ao Monastério do Monte Cassino. Chegando aos 14, iniciou os estudos na Universidade de Nápolis, onde conheceu os melhores professores. Um deles, o monge Domiciano, convenceu o rapaz a dedicar sua vida a Deus. Ele formou-se, então, na Universidade e entrou no monastério dos Domicianos.
Os dirigentes do monastério acharam por bem mandá-lo para a Universidade de Paris, para estudar lá também. Ele iniciou a viagem, mas sua família, que não gostava da decisão de Tomás de ser monge, capturou-o quando atravessava os Alpes. Os irmãos conseguiram levá-lo para um dos seus castelos, onde ficou durante um ano. Como não conseguiu convencer os familiares que o seu chamado era ser monge, ele fugiu com a ajuda do Mestre da Ordem do Monastério de Wildhausen, que o acompanhou até Paris.
Um dos professores era, também, filho de um duque e se tinha convertido, assim como Tomás. Ele vivia num monastério dos Domicianos e lecionava em Paris e em Colônia. Este professor chamava-se Albertus Magnus e era considerado um dos maiores professores da Idade Média, com o título Doctor Universalis. Tomás tornou-se companheiro deste professor, aperfeiçoando os ensinamentos, baseados nos escritos de Aristóteles: a vontade do homem leva-o para o pecado; a lógica e a fé vem do Criador e se complementam.
Tomás foi nomeado professor em Paris e em outras universidades. O que chamava a atenção era, de um lado, a sua humildade e modéstia e, de outro, a sua capacidade de falar e discutir.
Ele mostrava sempre paciência, alegria, mansidão, paz e subordinação aos dirigentes do monastério. Conta-se que uma vez, quando era a sua vez, durante a refeição, de fazer uma leitura, o responsável das leituras corrigiu uma palavra. Só que ele não sabia que a palavra devia ser pronunciada assim como Tomás a tinha lido. Tomás, com toda calma, parou na leitura e repetiu a frase com o erro do responsável. Para os outros monges, ele falou: “A obediência é mais importante do que a pronúncia correta de uma palavra.”
Nas discussões, Tomás, muitas vezes, ficava sem falar durante muito tempo. Já como aluno em Colônia, este fato chamou atenção entre os colegas que o chamavam de “boi silencioso da Silícia”.
Quando ficava com dúvidas a respeito de um assunto ou de um versículo da Bíblia, costumava retirar-se e procurar um lugar, onde podia orar. Às vezes, no meio da noite, ia para a capela do monastério para orar. Ele costumava dizer que aprendeu muito mais aos pés da cruz do que dos livros.
Em 1272, Tomás foi encarregado de fundar uma Faculdade de Teologia. Ele pensou em fazer isso em Nápoles. Mas alguma doença deixou o monge sem iniciativa, e ele começou a pensar na sua morte. Veio, também, o chamado do Papa para viajar para Lyon, para a reunião das Igrejas. Muito cansado, Tomás iniciou a viagem, mas faleceu num monastério no caminho. Ele não chegou a completar 50 anos.
Os escritos de Tomás de Aquino, sublinhando a importância da lógica e da fé, ainda hoje são fundamentais para toda a teologia. Assim como lemos em Romanos 1.20: Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas.