Esta é a história de Tomé. Ele morava com sua tia num pequeno prédio, no centro da cidade. Quando menor, passou por uma tragédia familiar que deixou marcas no seu corpo. Seus pais faleceram num acidente automobilístico. Tomé escapou, mas ficou paralisado da cintura para baixo. Uma tia solteira assumiu-o em sua casa. Ela atendia suas necessidades básicas, mas não lhe dava muita atenção. Os pais de Tomé eram pessoas ativas na Comunidade. Todos os domingos estavam no culto. Tomé amava o Culto Infantil. Agora, com a tia, era diferente. Ela não ligava muito às coisas de Deus. Também não tinha carro para ir ao Culto. Assim, Tomé ficou afastado da vida comunitária. Todavia, um amiguinho da igreja o visitava toda semana. Era o Tiago. Quando ele vinha era só festa. Tiago contava as histórias do Culto Infantil. Cantavam. Faziam pequenos joguinhos. Passavam o tempo. Todavia, certo dia, Tiago chegou com uma notícia desagradável. O pai bancário foi transferido de agência. Ou seja, mudaria de cidade. Não poderiam se encontrar mais. Assim, Tiago despediu-se do amigo, deixando em suas mãos um presente. Abrindo o embrulho, Tomé se alegrou em ver um exemplar da Bíblia para Crianças. Ao menos, agora poderia ler as histórias de Jesus. Nos dias seguintes, a tristeza pela ausência do amigo foi substituída pela descoberta: Eu tenho um grande amigo chamado JESUS, sempre presente. Quanto mais lia a Bíblia, mais queria ler, mais amava o Mestre. Certo dia, lendo a história da despedida de Jesus... Onde ele disse que também podemos fazer discípulos... Sentiu um forte desejo de falar aos outros a respeito de Cristo. Mas, não podia. Estava preso àquele quarto, àquela cama. Baixando a sua cabeça, pediu em oração para que Deus lhe desse a chance: Eu quero contar aos outros o que me alegra. Ao terminar sua oração, percebeu que, ao lado da cama, no criado-mudo... Havia uma pilha de cadernos antigos com folhas em branco. Começou a escrever nelas trechos que lhe chamavam a atenção. Depois fazia, com a folha, um aviãozinho, jogando pela janela. Sabia que tal atitude era antiecológica. Mas, assim conseguia falar do amor de Deus às pessoas. Por dias, nada aconteceu. Até que, certa manhã... Ouvi um xingão. Com certeza, o avião atingirá alguém. Escutou tal pessoa batendo à porta, pedindo uma explicação. Acompanhou atentamente o barulho da porta sendo aberta... Os passos daquele que subia as escadas rumo ao seu quarto. Quanto mais perto chegava, mais Tomé puxava a coberta para cima de si. Não sabia onde se esconder de vergonha. Um senhor de meia idade pediu licença, entrou, apresentou-se como Alberto. Sentou-se próximo de Tomé e começou a contar... Agorinha mesmo disse fiquei com muita raiva de ti. Mas, de fato, quero lhe agradecer. Tomé ficou curioso: Por quê? Há uma semana eu perdi meu único filho. Ele foi atropelado. Perdi, então, a fé que tinha. Achei que Deus foi cruel. Perdendo meu filho, perdi também a razão em viver. Hoje pela manhã decidi me suicidar. Quando cruzava aqui pela frente dirigia-me à ponte, para saltar. Mas, Deus me mandou uma mensagem do céu. Ela veio na forma de um aviãozinho que você jogou. Quando ele bateu na minha cabeça, eu falei mal. Mas, depois que peguei e abri. Li a mensagem: Deus ama o mundo, por isso dá o seu ÚNICO filho, Para que todos tenham a VIDA ETERNA. Entendi, então, que eu perdi meu filho. Porém, Deus entregou o seu por nós. Crendo nEle, temos a vida eterna. Meu filho cria, está agora, então, com Jesus. Se Deus o levou, vou respeitar sua vontade. Eu, que fiquei, devo prosseguir no meu chamado. Por isso, quero somente lhe agradecer pelo esclarecimento. Quando Alberto estava saindo ainda perguntou: Você se incomoda se, vez por outra, eu vier lhe visitar? Assim, a amizade do Tiago foi substituída pelo Alberto. E, o principal, além das visitas, todos os domingos... Alberto, que tinha carro, buscava Tomé e a tia... Levando-os consigo ao Culto e Culto Infantil.