Tempo de Epifania

14/01/2019

Estamos no período da Epifania, cujo significado é: Deus revela-se ao mundo através de Jesus Cristo. Esta revelação torna-se visível no ato do batismo de Jesus. Eis aqui Jesus, meu filho, que me dá muita satisfação. E agora, como percebemos este Deus que vem ao nosso encontro na pessoa de Jesus Cristo?

Pensando nisto, lembro de uma tradição que faz parte de uma tribo da África. Quando uma mulher está grávida, junta-se com outras e retiram-se para a selva. Ali meditam, oram até que aparece a “Canção da Criança”. Esta canção será cantada com toda a comunidade por ocasião do nascimento da criança. Este gesto se repete várias vezes, no início da sua educação, quando esta se torna adulta, por ocasião do seu casamento e, por fim, quando falece. Noutra tribo da África, há ainda outras ocasiões na qual é cantada esta canção, conforme Tolba Phanem: “Se em algum momento da vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, o levam até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor. Então lhe cantam a sua canção.
A tribo reconhece que a correção para as condutas antissociais não é o castigo; é o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade. Quando reconhecemos nossa própria canção já não temos desejos nem necessidade de prejudicar ninguém.
Teus amigos conhecem a ‘tua canção’ e a cantam quando a esqueces. Aqueles que te amam não podem ser enganados pelos erros que cometes ou às escuras imagens que mostras aos demais. Eles recordam tua beleza quando te sentes feio; tua totalidade quando estás quebrado; tua inocência quando te sentes culpado e teu propósito quando estás confuso “.

Através desta canção tão pessoal, forma-se uma identidade, nela está minha história. A medida que a se canta, aproximo-me de mim mesmo. Para tanto a importância da comunidade que conhece a minha canção. Quando a canta leva a contemplar e ver aquilo que sou e não sou com a minha vida.
Temos a nossa canção. Esta foi preparada com muito carinho pelos familiares, amigos e toda comunidade, chama-se Batismo. Este nos acompanha em todas as fases da vida e, sempre quando o vemos acontecer na comunidade, bem como em todas as fases da vida, relembramos a nossa identidade. Sou batizado, filho(a) de Deus. E cada vez que rememoro este acontecimento, estou sendo levado para o centro da comunidade, experiencio aceitação, perdão, compromisso para com a boa vontade de Deus.

Epifania, Deus se revela a ti. Tens uma identidade que Deus preserva com a tua vida, com a tua história. Cante, celebre a canção do teu batismo! Deus se revela a ti: Tu és muito querido, querida!
 


Autor(a): Werner Kiefer
Âmbito: IECLB / Sinodo: Rio dos Sinos / Paróquia: Porto Alegre - Matriz
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 50799
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Orar é a obra mais primorosa, por isto é tão rara.
Martim Lutero
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