Antenor estava bem estressado. Eram muitas preocupações. Então, naquele domingo ensolarado resolveu tirar um tempo para passear no mato. Pensou consigo: Vou curtir a natureza. Quem sabe mudando os ares mudam também os meus pensamentos. Antes de sair de casa, agradeceu a Deus pela vida e pela oportunidade de curtir a natureza. Contudo, algo sempre o deixava temeroso. Ele tinha um medo danado de encontrar cobras. Não deu outra. No meio da caminhada deparou-se com uma enorme coral. Correu o que deu, resvalou num barranco, rolou, caiu e ficou pendurado numa ribanceira. Estava ali agarrado numa toiça de raízes. Espiou para baixo, percebendo que estava muito longe do solo. Era só barranco e grota. Olhou para cima, reparando que estava bem longe da beirada. Pensou: Que situação me meti. O corpo todo dolorido. O sangue escorria pela testa enquanto se agarrava o mais firme possível. Para sua surpresa, observou que bem diante dos seus olhos havia um pequeno pé de cerejas silvestres. Uma frutinha avermelhada parecia que piscava diante dele. Lentamente, soltou uma das mãos, estendeu o braço, agarrou a cereja e a saboreou. “Curtiu” aquele momento de aperto. Nisso sentiu uma leve brisa batendo no seu corpo. Lembrou-se de que havia orado antes da saída de casa. Novamente, agradeceu pela vida, pela cereja e pela brisa. Deu graças pelas raízes que Deus colocou no meio de sua queda. Observando com mais atenção e calma, percebeu que por elas, poderia subir e alcançar a salvação. Assim fez. A experiência e a adrenalina motivaram-no à vida. Tchau estresse!