Sombras

Artigo

01/03/2009

O dia 22 de fevereiro de 2009, no calendário litúrgico, identifica o último domingo após a Epifania. O tempo da Epifania lembra revelação de Deus. Ele veio para ser a luz do mundo! É luz que lembra da proximidade reconciliadora de Deus. Passado o período da Epifania aproxima-se a Quaresma. É tempo que culmina com a peregrinação de Cristo rumo à cruz e encerra na Páscoa a grande festa a Esperança.

Um dos textos do Evangelho, nesta época do ano, remete ao evento da transfiguração de Cristo no alto de um monte. Para lá ele seguiu com os amigos Pedro, João e Tiago. Ali os três descobrem que Jesus humano é, ao mesmo tempo, Senhor e Salvador. Jesus Cristo, humano por excelência, assume o rosto divino. Ele é o Deus Conosco! Seu rosto transformado e suas vestes brancas como a neve sinalizam uma pessoa muito diferente do qualquer ser humano.

O Filho de Deus, diferente e inigualável, não pode ser domesticado por nenhuma instituição eclesiástica e por nenhum movimento religioso. O Messias de Deus nãos e enquadra no conceito de “compadre de esquina”. Jesus Cristo é Deus e Senhor do Universo. Embora pessoa humana, ele é o Salvador.

Diante do Deus homem, incomparável e diferente, seus companheiros no alto monte sentem o que é vida “na sobra”. Uma nuvem os envolveu.
Pessoas “na sombra” só podem cair em si e descobrir as suas próprias limitações e a dimensão da sua fragilidade. O sentimento “na sombra” liberta de vaidades e faz reconhecer nosso verdadeiro lugar. Na experiência humana da sombra, Deus sopra no ouvido e pergunta:> Homem, onde estás? Quem és tu?

Mas é também “na sombra” onde o Salvador anuncia a sua fidelidade e a sua inesgotável graça. O povo de Deus confessava: “Penetras as minhas intenções desde a sua raiz. Todos os meus movimentos te são familiares. Tu me envolves de todos os lados, tua mão protetora se estende sobre mim”.

Apesar da experiência da sombras, as pessoas não podem apagar a esperança. Seu manancial jamais secará.

Vida na realidade da sombra faz apostar na importância do fortalecimento da unidade do povo de Deus. A vocação da família de Deus, sendo fruto do Evangelho, promove a integração e leva ao aprofundamento da vivência ecumênica. É força que supera as tendências humanas de vida solitária, existência à margem do Corpo de Cristo. O desafio da missão, sendo a grande paixão das filhas e dos filhos do mesmo Deus Conosco, aponta para novos horizontes. Em marca conjunta seguimos para a Casa do Pai. Sob o olhar de Deus, a caminho, fazemos história, empenhados em justiça e liberdade, o projeto de Deus em contraposição ao projeto da morte. É sinal de fidelidade e de compromisso com a lua, Cristo o Senhor!

Manfredo Siegle
Pastor Sinodal do Sínodo Norte-Catarinense
da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
em Joinville - SC

Diocese Informa - 03/2009


Autor(a): Manfredo Siegle
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense
Natureza do Texto: Artigo
ID: 8700
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