Sobreviverá a Igreja?

Artigo

01/05/2008

A pergunta é provocadora. Sinto-me motivado a perguntar assim, a partir de um versículo bíblico: Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir: Hebreus 13.14. Um dos temas prioritários da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) gira em torno do eixo que remete ao nosso modelo do ser-Igreja? Os temas que perpassam atualmente a IECLB decorrem do seu Plano de Ação Missionária, visando aos próximos sete anos. O plano que focaliza o assunto Missão de Deus - Nossa Paixão desenha avenidas em direção às comunidades e aos campos de trabalho integrados na sociedade brasileira. O fortalecimento da Evangelização e da Comunhão, assim como a redescoberta da Liturgia e o destaque à Diaconia, fruto da fé no Cristo servidor, representam seus pontos cardeais. Perguntas brotam ao natural: qual é a nossa visão de Igreja do futuro? O que será do cristianismo no dia de amanhã? Somos Igreja. Que Igreja queremos ser? O indicativo de Cristo foi dado: vós sois o sal da terra e luz do mundo! Quais são os instrumentos aplicáveis a partir do Evangelho e da nossa teologia para determinar o relacionamento eclesiástico com o mundo futuro? Ou será que a Igreja-Instituição deixará de sobreviver no futuro, vai desaparecer, morrerá a Igreja? A IECLB lança os seus olhares ao futuro, investe na capacitação contínua dos seus membros e das suas lideranças. A Igreja está preocupada com a qualidade ministerial e zela para que o sacerdócio geral seja vivenciado de forma concreta a serviço da Missão de Deus. Definida como Igreja histórica e tradicional, a IECLB visualiza horizontes que exigem avanços, também numéricos. Por isto, a afirmativa da Carta aos Hebreus não temos aqui cidade permanente inquieta e desafia. Estaria a Igreja-Instituição sendo colocada no trilho da provisoriedade, Igreja caminhante, em constante movimento?

Como será a Igreja do futuro? Que perspectivas se desenham para o cristianismo de modo específico? As várias Igrejas responderão a seu modo. Como se apresentará amanhã o rosto da IECLB? Igreja mais pobre, mais feminina, será mais laica? O desejo do avanço missionário será correspondido? Parece certo que o convívio com a tradição experimentará tensões mais acentuadas. Acontecerão rupturas ou prevalecerá o diálogo e a conciliação? Haverá fortalecimento da disposição ao diálogo interreligioso e as comunidades demonstrarão uma abertura maior em favor da vivência ecumênica? Em meio às muitas perguntas, descobre-se quão importante é a espiritualidade equilibrada no seio eclesial. O manancial da espiritualidade encontra-se no culto cristão. É ali que acontece o encontro de Deus, via Palavra e Sacramentos, com a sua comunidade. A vivência da fé resultará em povo de Deus mais sensível aos/às pequeninos/as irmãs. Chamados/as a conviver no espírito ecumênico, em busca permanente do ideal da unidade, é possível sonhar com uma Igreja mais leve; meu fardo é leve, diz Jesus Cristo. Somos animados e animadas a abrir espaços onde se festeja e se celebra a leveza da graça de Deus!

Manfredo Siegle
Pastor Sinodal do Sínodo Norte-Catarinense
da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
em Joinville - SC

Diocese Informa - 05/2008


Autor(a): Manfredo Siegle
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense
Natureza do Texto: Artigo
ID: 8709
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