Se você colocar um falcão em um cercado com um metro quadrado, deixando inteiramente aberto por cima, a ave - apesar de sua incrível habilidade de voar - será uma prisioneira. A razão é que um falcão sempre começa seu voo com uma pequena corrida em terra. Sem espaço para correr, nem mesmo tentará voar. Mas, permanecerá prisioneiro pelo resto da vida em uma pequena cadeia sem nenhum teto. O morcego - uma criatura noturna notavelmente ágil no ar - não parte de um lugar nivelado. Se for colocado no piso, tudo que conseguirá fazer é se arrastar de forma confusa, procurando alguma ligeira elevação de onde pode se jogar ao ar. Então, sai como um raio. Se cair em um pote aberto, o zangão ficará lá até que morra, a menos que seja removido. Nunca vê os meios de fuga no alto, mas persiste em tentar encontrar saída de alguma maneira através dos lados próximos ao fundo. Procurará uma maneira onde não existe nenhuma até que se destrua completamente. Da mesma forma, há muitas pessoas como o falcão, o morcego e o zangão, que se esforçam na luta contra todas as dificuldades da vida, não percebendo que a resposta está logo acima. Por isso, é recomendável seguir o conselho do salmista, que diz: “Os meus olhos se elevam continuamente ao Senhor, pois Ele me tirará os pés do laço” (Salmo 25.15).
De Elton Saldanha, “Os Cardeais”, canção interpretada por César Passarinho (1949-1998).