Sirvam uns aos outros

Estudo

30/04/2006

Em fevereiro passado realizou-se em Porto Alegre a 9ª Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas e pela primeira vez em um país fora do hemisfério norte. O tema da Assembléia era “Deus, em tua graça, transforma o mundo” tema que também está acompanhando a IECLB no Tema do Ano de 2005 e 2006. Neste ano o Lema da IECLB é parte do versículo bíblico de 1 Pedro 4:10 “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”.

Diaconia é serviço, ação em favor das pessoas que sofrem. E são muitas as pessoas marginalizadas, excluídas de nossa sociedade. São inúmeras as pessoas que necessitam apoio e auxílio em alguma fase de suas vidas. Não precisamos pensar muito para lembrar de alguma pessoa que esteja necessitando de auxílio em nossas comunidades, vizinhança ou no bairro onde trabalhamos.

Mas o versículo bíblico nos diz mais. Ele nos motiva a servir uns aos outros. O que isto significa? Não basta servir? Não, Jesus nos motiva a mais do que um simples dar-se. Ele nos diz que não há pessoa que só sirva ou que só seja servida. Não há quem só tenha a dar ou pessoa que só tenha a receber e nada para dar. É uma relação de mão dupla. Servimos e ao mesmo tempo somos servidos.

Jesus foi o diácono por excelência. Ele não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos (Marcos 10,45). No entanto, Deus, através de Jesus, tornou-se humano, fez-se frágil e sofreu como os humanos. Jesus também deixou que lhe servissem quando permitiu que uma mulher chamada Maria ungisse seus pés com perfume caro e os secasse com os próprios cabelos. Isto se chama empatia. Empatia significa a capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende (Dicionário Houaiss).

Para exercer a diaconia o serviço cristão precisamos nos colocar ao lado da pessoa que sofre para compreender suas necessidades. Servindo uns aos outros nos colocamos todos no mesmo nível. Ninguém é melhor do que outra pessoa por que presta auxílio. Estamos todos no mesmo “barco”. Em outra situação posso ser eu a precisar de ajuda e isto não me diminui em nada.

Na 9ª Assembléia do CMI vivenciamos este servir recíproco com irmãos e irmãs de países de todos os cantos do nosso planeta. Tivemos a possibilidade de ajudar dando informações sobre nosso país ou nossa cidade, auxiliando na resolução de pequenos problemas, mas também fomos auxiliados por pessoas que fizeram o trabalho de tradução permitindo que a comunicação entre tantos povos e línguas fosse possível.

Pudemos vivenciar de formas variadas a noção de que ninguém é tão bom ou auto-suficiente que não precisasse de auxílio e ninguém era tão desnecessário que não pudesse contribuir com seus dons.

 

Técnica:

Material necessário: um lençol resistente ou um cobertor. Pode haver uma música calma de fundo.

Em grupos de aproximadamente 7 pessoas a técnica consiste em que cada pessoa do grupo seja carregada pelos outros componentes. Enquanto uma pessoa se deita no lençol ou cobertor as outras a carregam caminhando pela sala. O grupo deve fazer o máximo de silêncio possível para que a pessoa que está sendo carregada sinta-se confortável e em ambiente acolhedor. Ela deve entregar-se, confiar no grupo e relaxar.

Deve ser proporcionada a oportunidade a todas as pessoas do grupo vivenciarem ambos os papéis – o de carregar e o de ser carregado.

Ao final sugere-se um momento de compartilhar a experiência e os sentimentos surgidos durante a técnica.

Psicóloga Vera Beatris Walber
 


Autor(a): Vera Beatris Walber
Âmbito: IECLB
Natureza do Texto: Estudo/Pesquisa
ID: 13656
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