Igrejas vibrantes que são visíveis e presentes em suas comunidades empoderando jovens e mulheres e trabalhando em direitos humanos, justiça de gênero, justiça climática e migração, foram os assuntos que estavam em foco no dia de abertura da Conferencia de Líderes e Lideresas de Igrejas Luteranas da América Latina e Caribe (LAC) e da América do Norte. A conferência, que aconteceu em Lima, Peru, de 10 a 14 de maio, reúniu cerca de 60 líderes e lideresas das igrejas membros da FLM nestas duas regiões.
Aprendendo do Ministério de Jesus
A conferência foi aberta com duas palestras sobre o contexto das igrejas luteranas na América Latina e no Caribe e na América do Norte. A imagem reproduzida pelos oradores principais era bastante sombria, mas não sem esperança.
A antropóloga e teóloga Linda Thomas, dos Estados Unidos, falou sobre a ascensão do populismo, do racismo e da migração nas duas regiões, que aumentam a ameaça de violência, especialmente para as mulheres. Há uma longa crise de refugiados cujas raízes estão na violência e no abuso, disse ela, e não há um fim à vista. “Se quisermos entender essa crise de refugiados,” acrescentou a Dra. Thomas, “é necessário entender os diferentes níveis de violência dos quais as pessoas estão fugindo.”
O sociólogo e teólogo Dr. Jonathan Pimentel, da Costa Rica, compartilhou observações extraídas de estatísticas gerais sobre a América Latina e o Caribe entre 2000-2018. Ele disse que os dados indicam que há muita desigualdade na região e um alto nível de desconfiança nas instituições políticas. De positivo, há confiança geral nas instituições religiosas. “Cerca de 39 milhões de pessoas na região estão desnutridas,” observou ele, “e a sobrevivência diária é difícil para muitos. É uma região perigosa para as mulheres, e é perigosa para os jornalistas”, acrescentou Pimentel. Os defensores dos direitos humanos também estão ameaçados em muitos países. Além disso, as mudanças climáticas e a falta de respeito ao meio ambiente representam ameaças à biodiversidade, e a poluição está aumentando.
Questionado sobre como as igrejas deveriam responder a esses desafios, o Dr. Thomas enfatizou que elas devem olhar para o ministério radical de justiça de Jesus, de ficar ao lado dos oprimidos e mais vulneráveis e abordar as causas profundas da violência.
” Nós cremos na graça de Deus”
O programa do dia continuou com breves relatórios dos líderes e lideresas das duas regiões sobre a vida e o trabalho de suas igrejas. Os relatórios deram uma ideia sobre como as igrejas estão testemunhando e respondendo aos desafios em seus diversos contextos.
O Pastor Presidente Gerardo Hands da Igreja Evangélica Luterana na Venezuela compartilhou como sua igreja está respondendo à atual crise política no país. “O maior desafio para a nossa igreja é ser um sinal de esperança e transformação acompanhando as pessoas em sua dor, perda e necessidades. Nós cremos na graça de Deus, concluiu o líder da igreja venezuelana.
A pastora presidente Sílvia Genz, da Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil, disse que sua igreja está se concentrando em capacitar os jovens. É importante para a nossa igreja ver os jovens “como protagonistas que contribuem de forma rica” para a vida e a vibração da igreja, disse ela.
A Pastora Presidente Sílvia Beatriz Genz, da Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil, disse que sua igreja está se concentrando em capacitar os jovens. É importante para a nossa igreja ver os jovens “como protagonistas que contribuem de forma rica” para a vida e a vibração da igreja, disse ela.
A Presidente Karen Castillo, da Igreja Agostiniana Luterana da Guatemala, falou de um projeto educacional em sua igreja que capacita mulheres jovens de comunidades indígenas rurais para reivindicar sua dignidade e espaço na sociedade e deixar para trás os papéis tradicionais e opressivos de gênero. O Bispo Atahualpa Hernandez e a Pa. Consuelo Preciado da Igreja Evangélica Luterana da Colômbia compartilharam como a igreja colombiana está capacitando as mulheres, e que realizarão uma reunião nacional de mulheres em agosto, com a participação de igrejas irmãs.
A Bispa Presidente Elizabeth Eaton, da Igreja Evangélica Luterana na América (ELCA), compartilhou informações sobre as direções futuras da Igreja Evangélica Luterana nos Estados Unidos que focam cinco metas até 2025. A terceira meta refere-se à vitalidade das comunidades eclesiais, que inclui a ênfase em estas estarem fortemente presentes em seus respectivos contextos sociais.
A reunião concluída no dia 14 prosseguiu com mais palestras sobre identidade luterana, discussões Inter geracionais lideradas por jovens das igrejas membros e discussões sobre como as igrejas na América Latina e no Caribe e na América do Norte estão vivendo a vocação global como membros da FLM.