Sepultamento - Marcos 4.35-41

Caderno de Celebrações 2022 - Sínodo da Amazônia

31/03/2022

SEPULTAMENTO
Pregação: Mc 4.35-41
Pa. Manuela Letícia Marezani Schwingel –
Paróquia de Ariquemes/RO

 

NA CAPELA

ACOLHIDA
    Querida família enlutada, prezada comunidade reunida. Estamos aqui para “chorar com os que choram” (Rm 12.15), como diz o Apóstolo Paulo, e também para “encontrar refúgio às sombras das asas do Altíssimo” (Sl 36.7), como nos diz Davi.
    Hoje certamente não é um dia como qualquer outro e jamais será, pois temos a difícil tarefa de nos despedirmos de ______________ (nome da pessoa falecida). É um momento difícil, que traz à tona muitas memórias, o amor cultivado, todo o carinho que sentimos, que agora escorre pelos olhos. Nos encontramos aqui tristes, abatidos, despedaçados e assim também queremos chegar diante de Deus em oração.

ORAÇÃO (saudação ao final)
Senhor Deus, Tu nos convidas a confiarmos em Ti, a encontrarmos em Ti refúgio para nossas almas aflitas. A tristeza, a dor, o luto e a saudade vêm sobre nós. E, assim como estamos neste momento, queremos chegar aos Teus pés, rendidos ao Teu amor e à esperança que Cristo nos dá. Te buscamos na certeza de que Tu estás ao lado de cada um e cada uma de nós em nossa dor e pesar. Clamamos por consolo e orientação. Nesta hora da angústia, que o consolo do Senhor Deus, todo Poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo venha sobre todos e todas nós. Amém.

CANTO
614 – LCI – Em nada ponho a minha fé
 
LEITURA BÍBLICA
Evangelho de Marcos 4.35-41: “Naquele dia, ao anoitecer, disse Jesus aos seus discípulos: Vamos atravessar para o outro lado. Deixando a multidão, eles o levaram no barco, assim como estava. Outros barcos também o acompanhavam. Levantou-se um forte vendaval, e as ondas se lançavam sobre o barco, de forma que este foi se enchendo de água. Jesus estava na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e clamaram: Mestre, não te importas que morramos? Ele se levantou, repreendeu o vento e disse ao mar: Aquiete-se! Acalme-se! O vento se aquietou, e fez-se completa bonança. Então perguntou aos seus discípulos: Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé? Eles estavam apavorados e perguntavam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? (Bíblia Nova Versão Internacional – NVI)

 

ALOCUÇÃO
    Hoje nós podemos dizer, assim como o relato bíblico, que uma forte tempestade/vendaval se levantou sobre nós, sobre esta família e sobre esta comunidade. Não temos controle sobre o vendaval, nos sentimos impotentes e angustiados. Ninguém de nós, afinal, gosta de tempestades. Elas destelham nossas casas, quebram ou inundam nossas coisas, interrompem nossos planos, são uma surpresa terrível, que podem causar vários danos.
     A morte é como uma tempestade. O luto é como uma tempestade. As nuvens se formam sem nos darmos conta, e, mesmo que possamos perceber o tempo escuro chegando, ainda assim, cultivamos dentro de nós a esperança de que os ventos soprarão a tempestade para longe. Foi isso que pensamos em relação ___________ (Nome da pessoa falecida. Mencionar também um pouco do ocorrido). Nós sabíamos que a situação era delicada, mas esperávamos que essas nuvens densas e grossas fossem embora.
     Elas, porém, pousaram sobre nós e agora escorrem pelos olhos. Não é lá fora que está chovendo e trovejando, é aqui dentro. As ondas se lançam sobre nós e essa maré vai continuar bem alta por um bom tempo, não somente hoje ou nos próximos dias. O luto é uma luta. Em alguns dias estaremos melhores do que em outros. Coisas pequenas, como o jeito de arrumar a casa, o perfume, o sorriso, o jeito de cozinhar um prato especial, qualquer coisa poderá nos fazer desmanchar de saudades (incluir exemplos pertinentes). E essa saudade dói – dói na alma e dói no corpo. A tempestade está aí, e o mal tempo vai ficar. Nos perguntamos: como sair da tempestade? É possível sair dela inteiro? Ou será que vamos sucumbir?
    Acredito que algo muito parecido deve ter passado pela cabeça dos discípulos naquela ocasião. O barco estava balançando tanto, tudo estava escuro, ninguém mais enxergava o que tinha à sua frente. Qual era a perspectiva? Água para todos lados e, inclusive, dentro do barco! Quais eram as suas chances? O que eles poderiam fazer diante daquele caos? Não é à toa que procuraram por Jesus e se surpreenderam ao encontrá-Lo dormindo. No meio de uma tempestade, como alguém pode estar dormindo?
    Talvez você também já teve essa sensação de que Jesus estava dormindo, estava quieto demais. Talvez já tenha se perguntado sobre Seu paradeiro. O que Ele está fazendo? Os discípulos, no desespero do caos, até perguntaram: “Mestre, não te importas que morramos? Não te importas com o que está acontecendo conosco. Faça alguma coisa!” (parafraseando) – e disseram isso depois de acordarem Jesus!
    No meio disso tudo, a Boa Notícia é que Jesus está no barco, está no nosso barco, no nosso coração e está perto de nós. Talvez Ele até esteja quieto, não porque não se importe conosco, não porque não nos ame, pelo contrário, Ele está quieto para nos ajudar na difícil tarefa de esperar em Deus. Não controlamos as tempestades da vida e também não controlamos a Deus. Ele é o Senhor do tempo e do espaço, Senhor da Terra, do Universo, de tudo que há e também Senhor sobre nós!
    Ter Jesus no barco é saber para quem clamar, para quem chorar e até para quem lamentar. Ter Jesus no barco é ter o consolo bem perto. Perder alguém nunca vai nos deixar felizes, nunca. E nós podemos chegar diante de Deus com a nossa dor, nossas dúvidas, com sinceridade sobre nossos sentimentos, assim como fizeram os discípulos. É preciso ter muita coragem para chegar diante do Filho de Deus, dizendo: “não te importas que morramos?”. Nós precisamos dessa coragem porque, com fé, já é difícil passar pelo luto, agora, sem fé, é insuportável.
    Perder alguém dói demais. E nós, cristãos e cristãs, cremos e confiamos que a morte não é o fim definitivo, mas por enquanto, ela é o fim – o fim dos relacionamentos. Afinal, não é mais possível interagir com __________ (a pessoa falecida), ouvir sua voz, sua risada, sentir seu carinho, seu calor. É o fim, mas não é o fim para sempre! Ninguém de nós é derrotado pela morte, não mais. Todos nós somos mais do que vencedores em Cristo Jesus, o nosso Salvador.
    Nós cremos e confiamos em um Deus que tem poder para chamar os mortos de volta à vida. E podemos, de fato, confiar em Deus porque Ele não somente fala sobre isso, como também passou por isso na própria pele: Ele mesmo morreu e ressuscitou! Ele fez todo esse caminho primeiro, inaugurou a vida eterna e subiu aos céus para preparar-nos lugar na mansão celestial. Jesus é o motivo da nossa esperança, a razão de ser dela. É por causa da Sua ressurreição que hoje nós estamos aqui e encontramos conforte diante de tanta dor.
    Foi nessa fé e esperança que também viveu ___________ (nome da pessoa falecida). Agora, todos nós juntos e juntas, somos convidados a continuar velejando no barco da vida, tendo a certeza de que o Mestre vai conosco. Ele não nos abandona sozinhos na tempestade, mas repreende o vento e o mar para que se acalmem. Nós, assim como os discípulos, temos medo: medo do futuro, de como serão os dias, como vamos lidar com a saudade... medo talvez até da nossa própria morte. Mas o convite de Jesus é para que todas as vezes que o medo quiser tomar conta de nós, nós possamos vencê-lo com o escudo da fé. Não sabemos como os próximos dias serão, mas sabemos quem está no nosso barco e podemos falar com Ele sempre que precisarmos.
    Ao longo dessa caminhada, precisaremos também repousar no travesseiro da fé. Jesus, em meio à tempestade, repousa sua cabeça em um travesseiro: um objeto completamente estranho para se ter em um barco naquela época. O Evangelista Marcos é o único que faz questão de identificar esse objeto. E como é bom, em meio ao desespero e à dor, ter onde repousar a cabeça, que tanto pesa por conta dos pensamentos e lembranças. Jesus nos convida a este descanso seguro em Seus braços e nos mostra que é possível descansar mesmo em meio ao caos. Não só é possível, como também necessário!
    Precisamos repousar a nossa alma no travesseiro da fé porque as tempestades da vida são inesperadas, perigosas e maiores do que as nossas forças. Precisamos nos lembrar de que não foram os discípulos que acalmaram as águas, mas Jesus. Os discípulos se esforçaram, fizeram o que podiam, mas somente Jesus os salvou daquela situação. Clamar a Jesus é sempre uma opção. Que ela não seja a última. Assim, nos guarde o Deus Todo-Poderoso. Amém.

CONFISSÃO DE FÉ
Deus nos chamou pelo batismo em Cristo Jesus. Nessa confiança, confessemos a nossa fé com as palavras do Credo Apostólico. Creio em Deus…

CANTO
612 – LCI – Se as águas do mar da vida

ORAÇÃO
    Deus de toda a bondade, enviaste Teu Filho, nosso Salvador Jesus Cristo, para nos dar a vida eterna. Damos-Te graças porque, com Sua morte, Jesus destruiu o poder da morte. Com Sua ressurreição, Ele abriu o Reino dos Céus a todas as pessoas. Dá-nos a certeza de que, porque Ele vive, nós também viveremos e nem morte, nem vida, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem dor, nem pranto, nem coisa alguma poderá nos separar do Teu amor que está em Cristo Jesus. Guarda em teus braços a família de nosso irmão/a ____________ (nome da pessoa falecida) e envia esta comunidade a ser a Tua mão estendida a estas pessoas amadas por Ti e que hoje se despedem, já com saudades, do/da _______ (pessoa falecida). Tudo mais, ó Senhor, que temos em nossos corações, Te entregamos ao juntos orarmos: PAI NOSSO.

LEITURA DOS DADOS
    Como familiares e amigos, somos gratos a Deus por termos conhecido e convivido com _________ (nome da pessoa falecida) e queremos neste momento relembrar um pouco de sua vida.
(Leitura dos dados)

ENCOMENDAÇÃO
    O Apóstolo Paulo nos diz: “Nenhum de nós vive só para si mesmo nem morre só para si mesmo. Porque, se vivemos para o Senhor vivemos, se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor! Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressuscitou, para ser Senhor, tanto de mortos como de vivos” (Rm 14.7ss).
    Assim oramos: Misericordioso Deus! Na segura e consoladora esperança da ressurreição para a vida eterna, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, encomendamos a ti __________ (nome completo da pessoa falecida). Recebe-o/a em Teus braços e guarda-o/a junto de Ti até o dia do encontro de todos e todas nós em Teu Reino. Amém.

(Imposição de mãos)

Que a paz do Ressuscitado repouse em nossos corações e renove as nossas forças (+). Amém.

DESPEDIDA

Canto: 329 – LCI – Mais perto quero estar
(Enquanto canta, familiares e pessoas amigas são convidadas a se despediram. Logo após, ataúde é fechado)
 
 


Autor(a): Pastora Manuela Letícia Marezani Schwingel
Âmbito: IECLB / Sinodo: Amazônia
Área: Celebração / Nível: Celebração - Liturgia
Testamento: Novo / Livro: Marcos / Capitulo: 4 / Versículo Inicial: 35 / Versículo Final: 41
Título da publicação: Caderno de Celebrações 2022 - Sínodo da Amazônia / Ano: 2022
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 66582
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