Dia do Colono

25/07/2014

Leitura: Salmo 65. 9-13

Bonito salmo é este. Poesia pra não botar defeito. Pelo que tudo indica, este salmo tem suas raízes no campo, na roça. É a voz poética de colonos e de colonas que está presente aqui. É a voz de agricultores e agricultoras presente na Sagrada Escritura. Por que é voz de colono? Porque fala da terra, da chuva, de córregos, de cereal, de canteiros, de produção, de fartura, de colheita, de pastagens, de campos, de rebanhos, de vales, de montanhas e de espigas. Sabemos que estes são assuntos do dia a dia da família agricultora. Portanto, a família agricultora, neste salmo, louva a Deus pela beleza e pela perfeição da criação de Deus.

Mas o surpreendente mesmo é que, no final do salmo, a própria natureza louva o Criador: os campos, cobertos de rebanhos, e, os vales, vestidos de espigas, exultam de alegria e cantam. Ou seja: a própria natureza está em festa, neste salmo, por causa da bondade do Criador. A natureza toda, incluindo o ser humano, celebra com alegria. Esta é a maior beleza deste salmo: a natureza exulta e canta juntamente com o ser humano. Aliás, percebo aqui a mensagem central deste salmo. Aqui nós aprendemos que não somos donos da natureza, mas fazemos parte dela. Toda a criação de Deus é como uma grande orquestra que entoa a mais bonita de todas as canções: a canção que reconhece Deus como Criador. E nós, seres humanos, não somos donos desta orquestra, mas integrantes. Somos parte da natureza que entoa louvores ao Criador.

Na natureza, criada por Deus, é assim: tudo está interligado como numa grande orquestra. Existe interdependência entre as diversas partes. Numa orquestra, um instrumento só nada faz sozinho. Ele precisa e depende de todos os demais instrumentos para que a música fique bonita e perfeita. Na natureza também funciona assim: todos os seres vivos, incluindo o ser humano, dependem uns dos outros para que tudo fique bonito, equilibrado, harmônico e perfeito.

Este salmo, portanto, evoca e desperta respeito pela natureza. Nós não somos donos da criação de Deus, mas integrantes da mesma. Desrespeitando a natureza, estamos desrespeitando a nós mesmos. Matando a natureza, estamos matando a nós mesmos. Cuidando da natureza, estamos cuidando de nós mesmos. Por uma simples razão: fazemos parte da natureza criada por Deus.

Que o Dia do Colono tenha como ingredientes a alegria, a confraternização, o júbilo, a festa. Mas que não faltem, nesta festa, estes mais importantes ingredientes: o despertar de um maior respeito pela natureza, a consciência de que não somos donos, mas integrantes do meio ambiente. E, com isso, o fortalecimento de uma maior responsabilidade pela preservação e recuperação das nascentes, o cuidado no trato do lixo, a responsabilidade com o uso de produtos químicos, a resistência a produtos tóxicos, a preocupação com o reflorestamento e coisas assim. Em resumo, o respeito pela criação de Deus. Porque dela somos parte.

As famílias agricultoras são privilegiadas, por um lado, porque estão muito próximas à natureza, no seu dia a dia. Mas elas também sentem sobre si o peso da responsabilidade pela preservação e pela recuperação da natureza. Os colonos sabem que precisam produzir para sobreviver, mas também sabem que se não forem responsáveis pela preservação, o campo não tem futuro. O que será do colono se as nascentes e os córregos secarem? O que será das famílias agricultoras e de toda a humanidade se o desequilíbrio na natureza trouxer cada vez mais doenças e pragas para as plantações e para as pessoas? O que será do colono e de todos os seres vivos se todo o meio ambiente ficar cada vez mais intoxicado? O que será das famílias do campo se as políticas governamentais forem cada vez mais “produzir com eficiência”, não se importando com a degradação do meio ambiente?

A terra, as águas, as florestas, os seres vivos em geral, incluindo o ser humano, não podem ser inimigos uns dos outros. Somos integrantes de uma mesma orquestra que, se equilibrada e harmônica, entoa louvores ao Criador. Amém.
 


Autor(a): Pastor Valdemar Gaede
Âmbito: IECLB / Sinodo: Espírito Santo a Belém
Testamento: Antigo / Livro: Salmos / Capitulo: 65 / Versículo Inicial: 9 / Versículo Final: 13
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 29184
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Essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus derramou o seu amor no nosso coração, por meio do Espírito Santo, que Ele nos deu.
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