É compreensível que as pessoas, às vezes, se tornem agressivas e soltem de sua boca palavras que ferem. Pois atrás de cada palavra agressiva ou atrás de um gesto agressivo existem causas: sofrimentos que não foram suficientemente trabalhados, traumas que vêm desde a infância. Mas é preciso entender que palavras ou atitudes agressivas nada constroem. Pelo contrário, complicam cada vez mais a situação. A língua serena é árvore de vida, mas a perversa quebranta o espírito. Nada se resolve na base do grito, das ameaças ou da chantagem. Com estas atitudes os problemas podem até ser adiados, mas nunca resolvidos. Nenhuma imposição tem a força de resolver as questões. A força da vida está na serenidade, na mansidão. A energia para uma convivência feliz está nas palavras brandas e amáveis. Palavras e atitudes precipitadas ou nervosas só agravam as situações que precisam ser encaminhadas.
É claro, há mil coisas nos perturbando a cada novo dia. O nosso sistema nervoso nem sempre consegue ficar calmo e sereno. Há temores e tremores. Por isso é necessário, sempre de novo, um grande esforço para cultivar a calma e a serenidade.
Viver é estar de bem com as pessoas que nos cercam. E, estar de bem com os outros, isto depende também da gente: da nossa palavra, da nossa atitude. Confiança se inspira, não se impõe. Sem amabilidades não existe convivência agradável. Reações bruscas, modos autoritários, jeitos impositivos machucam e afastam as outras pessoas, nos deixando na solidão. Um bom diálogo só tem chances de acontecer onde a língua for mansa e serena. Ali crescerá uma frondosa árvore de vida.
P. Valdemar Gaede