Rodolfo era um sujeito muito disciplinado. Ele frequentou a mesma igreja durante toda a sua vida, a qual ficava relativamente longe do sítio onde vivia. No caminho, sempre passava por um riacho. Então, todo domingo ele retirava uma pedra das águas e juntava num monte à beira do caminho, assim contabilizava mais um dia de culto. Certa manhã de inverno, perto do riacho viu um cachorro ilhado numa pedra no meio do rio. Ele ficou na dúvida: Vou à igreja ou ajudo o animal? Resolveu socorrer o cão, o que lhe exigiu tempo e grande esforço. Ou seja, não pode ir à igreja naquele domingo. Mesmo tendo feito o bem, acabou chateado porque naquele dia não pode colocar mais uma pedra no seu monte, que era o seu orgulho. O tempo passou e a vida do Rodolfo chegou ao fim. No Dia do Juízo, o guardião divino abriu o livro para verificar suas bem-aventuranças. Ele ficou empolgado e orgulhoso ao lembrar as pedras que juntou domingo após domingo a cada domingo. Até ficou curioso em querer saber exatamente quantas pedras havia no monte. Todavia, quando o guardião fechou o livro, estava apenas com uma pedra na mão. Não foi dita palavra alguma. Justo naquele momento, veio à sua lembrança o “cachorro” resgatado. Muitas vezes nos preocupamos em mostrar de que estamos com a Bíblia embaixo do braço. Outras, de que vamos à igreja com assiduidade. Há aqueles ainda que desejam ao máximo serem “certinhos”. Mas, a verdadeira religião nos leva sempre ao amor. “De pouco adiante pregar, ser reconhecido com sábio, desvendar segredos e ter tamanha espiritualidade para mexer com as montanhas. Se não tivesse amor, não sou nada” (1ª Coríntios 13.2).
“Cachorro Vira-lata” com Quarteto Athus.
