Pela primeira vez, Dudu fez uma viagem longa de ônibus com sua mãe. Estavam sentados nos primeiros bancos. Pelo para-brisas, ele observava todo o caminho diante de si. Havia uma reta enorme e, lá na frente, a estrada simplesmente sumia. Então, o menino cutucou a mãe dizendo: É o fim do caminho, pois não tem saída! Não se preocupe! Respondeu a mãe. O motorista sabe o caminho. Logo mais, o menino percebeu que não era o fim, mas apenas uma curva. A rodovia continuava. Quando entraram na cidade, novamente o menino questionou: Tanta quebrada, tantas ruas, tanto movimento... Afinal, para onde estamos indo? Ela segurou firme a mão do menino e disse: Não se preocupe, o motorista sabe qual é o nosso destino. Logo estaremos lá. Naquele momento, a mãe se deu conta de que toda insegurança do menino é de fato uma constante na vida de qualquer pessoa. Ansiosos, sempre de novo, queremos saber o caminho e o destino. Muitas vezes, temos imensa dificuldade em confiar no guia, que é o nosso Senhor, presente em cada curva da estrada.
De 2008, “Canção de um Viajante” com Daniel Diau.