RENÚNCIA/ABNEGAÇÃO

03/09/2013

O texto que servirá como base para a mensagem nos cultos do final de semana expõem pregadores(as) e ouvintes diante de um desafio colossal. A passagem é concluída com o seguinte dito de Jesus: “Do mesmo modo, portanto, qualquer de vocês, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo” (v. 33).

Antes de concluir com esta exigência surpreendente, provavelmente inesperada para as pessoas que compunham a multidão que o circundava, Jesus pede aos que o querem seguir prioridade máxima a tal ponto de vivenciar relações familiares não ser o alvo mais importante do discipulado. Faz um alerta ao dizer que seguir implicará em carregar uma cruz, cuja significação pode ser a existência de situações que causem tribulações nesta caminhada.

Para concretizar seus enunciados, Jesus faz uso de dois exemplos. O primeiro fala de um construtor que tinha em mente edificar uma torre, ao qual se diz que deveria primeiro calcular os gastos, cuidar para que não aconteça que lance o alicerce e não consiga terminar a construção. Já o segundo exemplo versa a respeito de um rei que tem a intenção de promover uma guerra, ao qual se aconselha que calcule bem as suas forças para não correr o risco de ter que se render sem mesmo ter ocorrida uma única batalha sequer, em função do elevado número de soldados do rei adversário.

O que é mesmo ser discípulo de Jesus? Isto é realmente possível nos termos expostos? Ser discípulo, seguir Jesus é abraçar um modo de vida e renunciar a outro. É abraçar um modo de pensar e renunciar a outros. É estar convicto de um modo de sentir a presença e o amor de Deus e renunciar a outros. Isto é possível. Às vezes tornamos esta possibilidade real e outras vezes não. Nós nos reunimos em culto para clamarmos pelos dons que a façam acontecer, os que chamamos de dons espirituais.

Jesus pede que as pessoas, dentro de suas faculdades ou possibilidades mentais e psíquicas pensem melhor este seguir, este ser discípulos e discípulas. Quais são as consequências, quais as mudanças que devo vivenciar o que devo priorizar, o que devo estar disposto a oferecer se necessário para que o seguir não seja apenas parcial, ou seja, permanecendo apenas em intenções. Muitos seguidores e seguidoras experimentaram a renúncia mais radical, pois renunciaram a própria vida. Há exemplos nos próprios textos bíblicos e ao longo da história da Igreja e dos seres humanos em geral.

Tomemos cuidado para que não confundamos seguir Jesus, com seguir algum “Guia Espiritual” que procura tirar vantagens, acumulando riquezas e poder na sociedade. O poder que há em Deus é a busca constante para que nos amemos uns aos outros. O amor exige renúncias. O que cristo quis dizer é isto: se você não esta disposto a renunciar o egoísmo, não pode ser meu seguidor. Renunciar o egoísmo é carregar a cruz, pois renunciar significa sofrer com o outro ou pelo outro. Às vezes conseguimos e muitas vezes não conseguimos. Creio que devemos sempre tentar e creio, acima de tudo, que temos em Jesus Cristo o perdão quanto as nossas fraquezas. É quando Ele carrega a cruz.

 


Autor(a): P. Adélcio Kronbauer
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 24382
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