Há 40 anos atrás, iniciei a Faculdade de Teologia. Volta e meia precisava sentar atrás da máquina de escrever. Colocando uma folha de ofício no cilindro, escrevia meus trabalhos, a partir das anotações manuscritas. Em certas oportunidades, estava cercado de livros. A maioria de empréstimo da biblioteca. Era comum o uso do lápis borracha. Passaram-se décadas de ministério com muita reflexão teológica. Hoje, ao escrever a meditação diária, estou sentado diante do teclado do computador. Escrever, reescrever, mudar de ideia, dar outro rumo é bem fácil. É um malabarismo de palavras. Se falta alguma informação, basta esticar o braço à biblioteca particular ou pesquisar no “Google”. Assim, nasce uma nova reflexão. Todavia, se for um sermão, coloco-o na impressora. Quando o texto é colocado na folha A4, a mudança se torna mais complicada. Não tem jeito. Mudou a tecnologia, mas a pesquisa e a reflexão ainda se fazem necessárias. A folha de ofício só mudou de nome, mas continua a mesma. Também o mundo religioso mudou muito. As novas igrejas pipocam em todos os cantos. Diante de tantas “novidades” – muitas das quais não passam de modismos – dou graças a Deus pelo chamado ao ministério, pela oportunidade concedida por meus pais ao estudo, pela dedicação dos meus mestres e pela organização da igreja à qual sirvo.
Em 1983, Toquinho coloriu a MPB com “Aquarela”...