Relatório Sinodal 2010

04/06/2010

Relatório Pastor Sinodal – 04-06/06/2010
Igreja que acolhe não encolhe
Está se encerrando um período de 8 anos. Muita coisa aconteceu pelo mundo, muitos planos se concretizaram e também ruíram sonhos e projetos de domínio e poder. Ao chegar ao Sínodo o assunto mais comentado era o ataque do Bin Laden aos edifícios nos Estados Unidos. Estava se iniciando a reação para “esmagar” o mal no Afeganistão. Segundo os americanos a intervenção seria rápida e com resultado esperado. Mais de 8 anos se passaram e os americanos destruíram um país e seu povo, estão mais atolados do que nunca e não sabem como se retirar sem dar a impressão de ter só massacrado pessoas, semelhante aos soviéticos. Após isto conseguiram achar uma desculpa de que o Iraque tinha arma de destruição em massa. Posteriormente se descobriu que tinha sido uma artimanha para legitimar a invasão e ocupação pelo “ouro negro” (petróleo).

Também assistimos a quebra financeira do império americano em 2008/2009. A ganância bancária levou embora as economias de milhões de pessoas e de instituições. O próprio império mostrou-se vulnerável naquilo que sempre foi a sua ideologia: a busca incessante por lucro, acima de qualquer critério e princípio. Pela primeira vez se viu que o famoso dólar americano não era tão bom e muito menos garantia de estabilidade. Sentiu-se o mundo tremer diante das conseqüências e desdobramentos pelo mundo a fora. A crise americana não só havia levado a falência das instituições financeiras e população, mas comprometeu todo o sistema financeiro mundial, ou seja, a crise comprometeu o mundo todo. Em 2010 já estão respirando melhor.

Em 2010 o bloco de poder europeu sentiu as estruturas balancearem diante da crise provocada por alguns dos seus componentes. Voltou a lembrança da escura nuvem americana. Alguns bancos europeus haviam conseguido esconder prejuízos por certo tempo. Até que em 2010 resolveram fazer a confissão de pecados e socializar os prejuízos. Novamente se questionou a globalização.

Como dizia alguém aficionado por esporte: o mundo é uma bola. Ele vai para onde a gente o conduz. Ele sofre a influencia das nossas boas e más decisões. Se o chutarmos contra uma parede ele tem grande chance de voltar-se contra nós, podendo nos arrasar ou atropelar. Com estes acontecimentos podemos aprender de que não há império a prova de crises ou de ruínas.

Neste cenário o Brasil, China e China conseguiram ocupar um espaço que antes eram impensáveis. Neste momento estão tendo influência nas decisões das políticas mundiais. Em todos eles se verificam um crescimento econômico, acima da média mundial, e com projeções otimistas para os próximos anos. Infelizmente estes mesmos países não têm conseguido crescer no mesmo ritmo o seu desenvolvimento humano (IDH).

No Brasil pela primeira vez em toda a sua história a um aumento da classe média e uma diminuição da pobreza. Nesta última década houve uma recuperação financeira em todos os níveis. Embora o país esteja entre os últimos colocados quanto a distribuição de rendas. Se o IDH tivesse acompanhado o crescimento econômico a situação social do Brasil seria diferente. A saúde pública é deficitária e em alguns lugares caótica. O sistema de educação é precário e não têm favorecido uma educação libertadora, nem valorizando os profissionais. Há bonitas experiências, há pessoas preocupadas em melhorar o ensino, há pessoas preocupadas com a saúde, há pessoas preocupadas para que a melhora econômica se transforme em melhores condições de vida aos brasileiros.

Outro ponto que se destaca é a questão ambiental/ecológica. Ela se transformou num chamado terceiro setor. Em alguns lugares tornou-se com a estrutura de empresa, orçamento de indústria e potencial de multinacional. Impôs regras e limites. Conseguiu vender uma imagem do ecologicamente correto. Para alguns virou uma “religião” com bom grau de fanatismo (vídeo americano + fotos do Golfo do México). Também há de se reconhecer avanços e uma maior conscientização sobre este tema. Governos aprovaram leis mais severas e restrições publicas aos agressores. Há uma geração que já está sendo instruída neste cuidado. A questão ecológica não é apenas uma questão do grau de instrução, mas de conscientização e de sabedoria. Para nós cristãos ela faz parte da nossa fé, da fé no criador de toda a natureza. O cristão é um ecologista preocupado com o jardim de Deus. Cuidar e preservar é uma postura de fé. O cristão é alguém que age com sabedoria e sensibilidade, pois nada lhe pertence – tudo é de Deus. Ele só está aqui para cuidar deste imenso jardim. Nos próximos anos haverá um rigor ainda maior na fiscalização em todo o centro-oeste e norte do nosso país.

Em 2010 haverá eleições para Presidência. Momento de muita importância na vida do povo brasileiro. Nos últimos 8 anos governou um Presidente que desperta ódio ou paixão. Independentemente do sentimento, serviu de referência para toda a sociedade, pois um homem sem formação acadêmica e operário acabou conduzindo o Brasil. Com ou sem crítica os indicadores sociais indicam que o país melhorou, que houve redução da pobreza e o país ganhou projeção internacional (tanto econômica como política). O tempo em que estamos entrando é um período nebuloso e perigoso para as igrejas. A tentação de se prostituir é forte. Cristãos deixarão princípios de lado e buscarão vantagens pessoais ou comunitárias. Que o Senhor nos ajude a permanecermos com os olhos abertos. Como exemplo cito:
As pessoas votam, cada vez mais, a partir da preocupação instrumental, do que dá fruto, do resultado imediato, afirmou Gedeon Alencar, especialista em ciência da religião e presbítero da dissidente Igreja Assembleia de Deus Betesda em São Paulo. Ele observa ainda que será diferente essa eleição: Os evangélicos vão se dividir. Há duas décadas os evangélicos foram contra Lula, era mais definido.
Para Alencar, ganha apoio quem tem algo a oferecer. Mesmo Marina tendo uma marca da Assembleia de Deus, no encontro em Santa Catarina (em maio), quem foi convidado para falar foi o Serra, disse. Marina teria dinheiro para patrocinar? Não tinha. Então se dá ênfase para quem tem dinheiro para financiar, afirma. 25 de maio de 2010 • 07h56 • atualizado às 09h23
Em uma década a Igreja no mundo e no Brasil sofreu mudanças, descobriu novos caminhos e também fragilidades. Em muitos lugares foi voz profética e em outros fez silêncio. Ela sofre as conseqüências da luta por poder, do egoísmo e dos interesses pessoais. Nunca na história da Igreja foram noticiados tantos escândalos de pedofilia e outros crimes sexuais.

Na IECLB ocorre o desligamento de Comunidades/paróquias ligadas ao movimento carismático. Machucaram a IECLB, Comunidades foram feridas, machucou famílias, pais, irmãos e amigos. De um momento para outros irmãos e irmãs estavam se acusando mutuamente, se tratando como inimigos, e com ações não dignas do Evangelho. Foi uma experiência bem dolorida e ainda hoje há algumas feridas que latejam, inclusive com ações na justiça.

Outro momento marcante foi quando se concluiu que havia pastores em excesso na IECLB. Começou a não se conseguir colocar todos os formados. Esta crise teve como consequência imediata a redução do número de candidatos ao estudo de teologia. Em dois anos houve uma inversão e hoje se percebe que não há suficientes candidatos ao ministério na IECLB. A Presidência tem feito esforços para que as Comunidades/Paróquias e Ministros/as motivem e incentivem as vocações. Provavelmente nos próximos 4-5 anos haverá um agravamento na falta de candidatos ao ministério na IECLB.
Sínodo Mato Grosso - PAMI
 Nos dias 12-14 de maio o Plano de Ação Comunidade Missionário fez 10 anos. Ele tinha como objetivo geral: “construir, com base na Palavra de Deus, comunidade Missionária que se envolva no testemunho cristão, promovendo crescimento quantitativo e qualitativo nas ações de fé dos membros, com vista à edificação do Reino de Deus, no sentido da criação e edificação de Comunidade e Paróquias, da autonomia financeira e serviço da cidadania e da libertação do povo.” O Sínodo Mato Grosso incorporou a expressão missionária em seu discurso e na sua prática. Nestes 10 anos a missão foi o foco do refletir e do agir.

 Nos dias 08-10 de dezembro de 2000 o Conselho Sinodal aprovou as Ações para a Concretização do PAMI Sinodal. Seria o material norteador para o ano de 2001. Pela primeira vez, de forma sistematizada, se fala em Planejamento e Avaliação: “Um bom planejamento e uma boa avaliação são indispensáveis para a realização de um bom trabalho, inclusive o de pregação da Palavra de Deus. A ação do Espírito Santo não dispensa a ação dos homens, mas age também através dos dons dos membros. Um destes dons que Deus deu aos homens é o dom de planejar o trabalho e avaliar os resultados almejados. Usemos, pois, este dom no serviço de pregar Sua Palavra e de fazer discípulos em todas as nações!” Ou seja, o Sínodo Mato Grosso passa a nortear o seu trabalho em torno das duas palavras que se tornarão o carro chefe da IECLB: Missão e Planejamento.

 Destaco isto para dizer que as lideranças do Sínodo Mato Grosso têm muito para compartilhar em toda a IECLB. A Missão, em primeiro lugar é imperativo do Evangelho, para nós se tornou o cerne do viver comunitário. Todas as Comunidades são frutos da missão, embora a maioria pela prática da missão do atendimento que acompanhou os imigrantes. Em torno deste trabalho missionário de atendimento surgiram templos, escolas e cidades. O trabalho de missão também foi essencial no serviço de cidadania. Em alguns lugares o templo e o culto eram a referencia social e cultural no “novo mundo”.

 Ir adiante com um conceito de missão que é mais amplo e mais inclusivo exigiu, exige e exigirá uma constante reflexão. É o momento onde somos chamados a olhar não só para os iguais, mas para além do horizonte. Aqui entra a reflexão e o planejamento do trabalho e da reflexão teológica. Avaliar realidade e contextos, colocar metas e voltar avaliar para descobrir acertos, pontos fortes e fragilidades. É a grande descoberta de que necessitamos planejar para onde ir – depois de ter ido – voltar a planejar para onde queremos continuar indo e qual a melhor metodologia (sempre dizem que a melhor é: indo!).

 O povo luterano é muito corajoso. Não se intimida de enfrentar trabalho, novos desafios de uma região mais hostil. A dificuldade maior é ele sair pelos becos e vielas falando do amor de Deus. Enfrentamos qualquer coisa, mas sair de casa para anunciar em palavras e algo bastante sensível. Claro que enfrentar qualquer situação é também muitas vezes ação missionária. A arte do falar de Cristo também necessita de um aprendizado e planejamento. Necessitamos ser “amansados” para que quando nós vivermos o “Ide” (Mt 28.18) não se percamos a voz e o nosso corpo se encha de câimbras.

 O PAMI do Sínodo Mato Grosso se preocupou e ocupou-se com esta dinâmica: capacitar para que sejamos testemunhas destemidas na ação missionária. Foram feitos planejamentos, foram estipuladas metas, foi avaliada e também re-elaboradas novas metas e novos planejamentos. As lideranças e seus Ministros sempre davam o retorno de como andava a condução do PAMI.
Devemos dizer que houve muitos e significativos avanços. Comunidades se estruturaram e consolidaram Paróquias. Pequenos pontos de pregação conseguiram um avanço imenso e tornaram-se Comunidades. Em 2000 eram somente 16 Paróquias e 7.516 pessoas. Em uma década crescemos para 21 Paróquias + 3 pontos de missão e 8.617 pessoas. O planejamento e a coragem dos homens e mulheres luteranos fez aumentar o atendimento ministerial em 50%. As Comunidades e seus membros não querem viver mais um espiritualidade do atendimento. Elas querem estar envolvidas e também serem agentes da missão.
  No Sínodo pode se perceber uma profunda mudança de mentalidade em relação à Missão. Ninguém mais está discutindo o que é fazer missão, ou se isto ou aquilo é ou não é missão. Saiu-se de uma discussão dogmática e acadêmica para uma motivação missionária. Está claro para todos que a missão é o meio pelo qual a Comunidade cristã permanece viva e fiel ao seu chamado. Todos estão buscando e refletindo a missão e o jeito bem específico de fazê-la nos diferentes lugares. Saímos de uma atitude de defesa, ou ataque, e podemos sem medo aprender com os saberes diferentes. Percebo que a Igreja descobriu que a missão de Deus tem múltiplas facetas e que enriquecem uma a outra. O Plano de Missão do Sínodo é enriquecido com as experiências dos Obreiros/as, das lideranças e com a vivência comunitária. Não é algo abstrato, mas é concreto. Ele vem da vida, dos sentimentos, da fé e das relações existenciais. É fruto do chamado de Deus e da aceitação a esse chamado. Na maioria dos momentos podemos experimentar esta linda diversidade sem medo e com o sentimento de que estamos a no caminho, não o nosso, mas o de Deus.
 Em 2006, na avaliação do PAMI, a Assembléia reafirmou as decisões de 2000 e colocou como ênfase:
NOSSA MISSÃO
A tarefa que recebemos de Deus é:
Convidar todas as pessoas para conhecer a fé em Cristo, acolhê-las na vivência comunitária, para que sejam e permaneçam discípulas de Jesus, adorando a Deus e servindo ao próximo.

OBJETIVOS:
1- Preparar pessoas para o acolhimento;
2- Priorizar o trabalho com crianças e jovens;
3- Criar e estimular grupos de estudos bíblicos;
4- Priorizar a formação de membros considerando seus dons;
5- Conscientizar e sensibilizar para uma contribuição espontânea e proporcional relacionando fé, gratidão e compromisso.

Aqui quero destacar duas palavras: Convidar e acolhê-las. Numa avaliação mais crítica digo que o conteúdo destas duas palavras é o nosso tendão de Aquiles (ponto mais sensível) e que ainda precisa ser trabalhado para que as nossas lideranças e Ministros consigam uma desenvoltura melhor ao lidar com as pessoas que não são historicamente ligadas a igreja luterana. Reafirmo que somos corajosos e destemidos, mas tímidos e sem desenvoltura ao lidar com as palavras acima mencionadas. Avançamos em quase todos os itens do trabalho de edificação de comunidade. Mas neste ainda precisamos avançar. Na maioria das vezes sentimos um sentimento de “posse” e de propriedade (até ciúme) da nossa Comunidade. Quando se aproxima um “desconhecido” ficamos alerta. Temos receio de que alguma coisa saia do lugar ou que não aconteça da mesma forma como vinha acontecendo há gerações. Com receio disto nos protegemos e não convidamos. Se alguém chega sem ser convidado temos receio de nos aproximarmos. Isto me faz lembrar de um texto:
O BEM RECEBER
Como é importante O Bem Receber. Seja na sua casa, na rua, no trabalho, telefone, fax e até por e-mail. Receber as pessoas de uma forma bonita, carinhosa, atenciosa, se possível, com um forte abraço, com entrega de amor – que troca bonita, não é mesmo?! – fará de Você uma pessoa que irradia amor, que esparge ternura, carinho e paz. Com certeza, paz, muita paz. Se observarmos mais atentamente, nossos males, nossas dores e sofrimentos sempre serão amenizados quando temos esse tipo de postura perante a vida, perante nossas dificuldades, nossos desamores, enfim, com tudo que não está dando certo para conosco.
Receber bem não é somente um ato de amor. É, também, um ato de demonstração de sua própria beleza interior. Nós somos o que somos, o que pensamos, o que agimos, o que demonstramos.
Nossas atitudes para com a vida e para com os outros configuram nosso comportamento correto, benéfico, salutar de agregação cada vez maior no sentido de novas amizades sejam pessoais, comerciais ou mesmo até as indesejadas.
Tantas pessoas que reclamam da vida, dos familiares, dos amigos, colegas de trabalho, dos vizinhos... e não revêem suas posturas. A começar pela própria falta de educação. E muitas vezes receberam a educação correta, porém, não foram capazes de assimilar, ou, assimilaram muito pouco. Quantos há que reclamam por vício. Assim como, quantos, também, não agüentam ficar sem falar mal dos outros. Oh lingüinha venenosa, sô!!! Haja saco para suportar tudo isso. Mas, como diz o outro: fais parte né !!
Muitos que magoam seus pares por um simples gesto infeliz de desaprovação em momento inoportuno, muitos que não aprenderam na vida a dizer não dizendo sim e depois vêem alegar que os outros não os compreendem.
O Bem Receber com alegria no coração, com a satisfação pessoal de rever alguém, muito contribui para que nossas energias harmonizem-se com as energias dos outros. Essa “simbiose” certamente proporcionará entendimentos, sinergias cada vez mais e mais salutares e benéficas para todos.
Não creio seja difícil compreender isso, mas, o que a experiência nos demonstra que é muito difícil praticá-la, ah, isso é! (VALENTE - valente@terapeutico.com.br)

Reafirmo que o acolher (bem receber) pode ser o combustível dos objetivos missionários ou pode ser a pá de cal. O bem acolher mostra também o nosso generoso coração luterano e o nosso desprendimento para com a seara e com o irmão e irmã. É a massa que assenta os tijolos e os une carinhosamente.

As pessoas que as compõem as Comunidade Luteranas têm dentro de si um coração enorme e bondoso. Falta talvez um exercício de como fazê-los expressar naturalmente como instrumento da missão. Por todos os lugares, Comunidades, casas, encontros e reuniões encontrei pessoas que acolheram de forma amorosa e com sabor de colo de pai e mãe. Cada Presbítero, cada família ou pessoa que tive contato me fizeram sentir BEM ACOLHIDO. Da mesa foram digo dos Ministros/as e das suas famílias. Conviver com as pessoas da Igreja Luterana é uma experiência impar e marcante. É experimentar da coragem e do destemor com que lidam com as adversidades. Ouvi e presenciei histórias de superação, de entrega por sua igreja. Estas pessoas me ensinaram e fizeram com que amasse ainda mais a Igreja onde Deus me colocou. A este corajoso povo luterano, do qual esta Assembléia faz parte, quero homenagear com um pequeno vídeo (1)

Obreiros
Hoje são 27 Ministros/as: 23 Pastores/as; 3 Missionárias; 1 Diácona; Desde a Assembléia passada houve a transferência da Pa. Fabiani Appelt da Paróquia dos Chapadões para a Paróquia de Água Boa(fevereiro/10); o P. Erico Baukat da Paróquia do Parecis para a Paróquia de Alta Floresta (abril/10); o P. Paulo M. Jahnke foi enviado para a Paróquia de Vila Rica (fevereiro/10); Pa. Simone Sell foi enviada para a Paróquia de Sorriso para atuar no Ministério Partilhado com P. Wilhelm
Sell (fevereiro/10). Em junho/10 está se transferindo o P. Moisés para a Paróquia de Pouso Redondo/SC.

Nestes 8 anos de convívio com os Ministros do Sínodo MT aprendi e cresci. Talvez nem sempre tenha conseguido ser o Pastor que deveria ter sido. Em alguns possa ter sido negligente com a minha função e responsabilidade. Em outras não tenha tido tempo ou estava viajando ou ocupado para ouvi-los. Talvez quando mais precisaram de ajuda, de um ombro ou de uma opinião e orientação não puderam contar comigo. Se isto ocorreu peço perdão pela minha falha. Não deixem minhas falhas amargurarem o coração de vocês.

O que lhes digo é que vocês foram (são) a minha família. Eu busquei amá-los. Vocês marcaram a minha existência de forma profunda e intensa. Em muitos meses convivi mais com a casa de vocês, as mesas e o convívio, do que com a minha esposa e filha. Então não tem como não ser marcado por todos vocês. Nestes últimos dias tentando fazer um “balanço” deste tempo tenho que dizer que sou feliz por vocês também serem e fazerem parte da minha família.
Como Pastor Sinodal me orgulho de ter a todos como meus colegas e de podermos trabalhar com maturidade, bom senso e sabedoria no Ministério que Deus nos confiou. Da mesma forma como conduziram a reflexão em torno das eleições sinodais. Na Assembléia Sinodal de 2009 coloquei no meu relatório a preocupação pelas eleições de 2010 no Sínodo:
Para o Sínodo se iniciará uma nova etapa depois de 8 anos. Será eleito o novo Pastor/a Sinodal e o/a Vice. A renovação é extremamente saudável e benéfica. Novas idéias e desafios certamente virão. O eleito contribuirá com seus talentos e dons para a edificação da Igreja. Desejo que a discussão e a indicações sejam feitas com toda a sabedoria. Gostaria que as indicações fossem feitas pelas qualidades e capacidade pastoral de aglutinar e motivar a caminha sinodal. Deveríamos ter a capacidade de nos abster nas indicações por paixões partidárias e linhas teológicas. Paixões partidárias e linhas teológicas são apenas sabedoria humana, normalmente recheadas de vaidade. Convido que desde já coloquem o assunto eleições da Assembléia Sinodal de 2010 em oração. Tanto para clarear os nossos olhos como para abrir corações e mentes dos chamados para exercerem as funções.
Não posso deixar de lembrar do Conselho Sinodal e da Diretoria. Como é bom e agradável trabalhar com pessoas preocupadas pela sua Igreja e que buscam dar de si para que o trabalho aconteça. Neste convívio criamos laços de amizade e de fé, de respeito e de “cumplicidade”. Admiro cada vez mais a dedicação de cada um de vocês. Lembro com saudade e tristeza do falecimento do Representante de Tangará da Serra Sr. Adelberto Baldus.
Lembro da Secretária Creusa com a qual trabalhei e compartilhei muitas tarefas e angústias. Sempre procurando me amparar e dar sustentação ao trabalho na sede do Sínodo. Agradeço a dedicação e a amizade.
Quero mencionar que se consegui exercer a função é devido ao suporte, a compreensão e apoio da esposa Liane. Sempre incentivando e em alguns momento assumindo responsabilidades e tarefas que competiam a mim. Em relação a casa, bem ...muitas vezes fui um visitante e ela sempre conduziu com desenvoltura e zelo. Em boa parte do tempo também foi mãe e pai da filha Tatiane. Agradeço por tê-la ao lado. Agradeço a compreensão e a paciência que a Tatiane sempre teve comigo e por compreender o nosso alegre e tumultuado estilo de vida.
Uma das situações que me marcaram profundamente foi o falecimento do P. 1º Vice-Presidente Homero Severo Pinto. Vi a Igreja chorando com o sentimento de estar órfão. Oro para que o Senhor possa nos consolar diante da dor da perda e possa erguer os nossos olhos cheios de lágrimas em direção a Ressurreição.
Chapada dos Guimarães
04-06/06/2010
XIII Assembléia Sinodal
 


Autor(a): Sínodo Mato Grosso
Âmbito: IECLB / Sinodo: Mato Grosso
ID: 59033
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João 16.33
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