Relatório do Presidente do Conselho Sinodal - Assembleia Sinodal - Sínodo Sudeste - IECLB - 2002

25/05/2002

Caras irmãs e caros irmãos em Cristo,

Ao apagar das luzes do ano de 2001, o presidente titular do conselho sinodal, irmão Sérgio Seelaender, nos surpreendeu com seu pedido de afastamento, devido a casos graves de enfermidade na família, a quem tinha que se dedicar. Coube-me então, como vice-presidente, assumir o cargo e levar o atual conselho até o término de seu mandato.

Este relatório abrange os acontecimentos principais do ano que se passou desde a última assembléia, mas também dá uma visão panorâmica do período em que atuou o primeiro conselho sinodal do Sínodo Sudeste - IECLB, que agora se despede.

Iniciemos pelo retrospecto anual. Na assembléia sinodal de 2001, a questão mais premente - o conflito de Cosmópolis - não podia ser tratado, por ainda se achar na esfera judiciária, aguardando o desfecho do recurso impetrado pelo Pastor Eldo Schreiber. E esta sombra ainda nos acompanhou por quase meio ano, até que, em outubro próximo passado, a CJD-IECLB finalmente deu sua sentença, que apoiou integralmente a conclusão da CJD sinodal, justificando assim a atitude tomada pela diretoria do conselho em dezembro de 2000.

Finalmente então foi possível olhar para o futuro e trabalhar agora para sarar as feridas abertas dentro da Paróquia de Cosmópolis. É com alegria que anunciamos a instalação, ocorrida a 11 de maio, do pastor João Daniel Gasperin da Silva na paróquia de Cosmópolis, na presença de toda a diretoria do conselho sinodal. Damos, assim, prova cabal de que não estávamos em luta com o Movimento Encontrão, como tínhamos várias vezes sido acusados, mas sim, restabelecendo a vigência das normas da IECLB, notadamente mais amplas do que as de qualquer outra Igreja tradicional, e procurando iniciar um processo de reunificação de uma comunidade cindida devido à atitude intransigente do obreiro, seu guia espiritual.

Não bastasse o conflito em Cosmópolis, o sínodo também enfrentou situações de conflito nas comunidades letã e húngara de São Paulo bem como a demissão sumária dum pastor da IECLB da direção do Internato Rural de Teófilo Otoni.

As circunstâncias descritas fizeram com que o conselho sinodal ficasse mais na defesa do que no ataque; mais preocupado em resolver situações conflituosas do que se dedicar a planejamentos estratégicos. Não por último porque não sobravam meios financeiros, dado o custo do processo disciplinar.

Mas mesmo assim, no lado espiritual, o pastor sinodal não mediu esforços para encaminhar as paróquias, as comunidades, e seus respectivos obreiros, no caminho estratégico escolhido pela IECLB.

Também não foi só de tristezas o ano que passou. Em março de 2002, a diretoria pode reunir-se pela primeira vez nas dependências próprias do sínodo no centro de São Paulo, em salas adquiridas com fundos de um empréstimo contraído junto à IECLB.

Continuamos olhando com preocupação para o CELAR, de Araras, RJ, onde todo o reconhecido esforço da diretoria parece não conseguir trazer os resultados prognosticados.

Outra preocupação é a incapacidade momentânea de algumas paróquias, notadamente as menores, em enviar o dízimo devido. É sabido que a nova modalidade reduziu drasticamente a contribuição de alguns sínodos grandes no sul do país, enquanto chegou a quase dobrá-la em nosso sínodo e alguns outros Este assunto já foi ventilado no Concílio de Chapada, mas não foi perseguido exaustivamente pela cúpula da IECLB. Estão em andamento medidas para sanar a situação.

Parece que foi só isso que a diretoria fez. Mas não se deve esquecer que existe uma carga apreciável de detalhes administrativos que por força estatutária devem ser resolvidos pela diretoria do conselho. Com a ajuda de Deus vencemos esta rotina, às vezes frustrante, e que toma muito tempo. Não quero deixar neste momento de agradecer aos colegas e à colega de diretoria pelo empenho incansável e a disposição que permitiu que vencêssemos esta etapa.

Finda mais um ano, e chega ao fim também o período de atuação do atual conselho sinodal. Como era de se esperar ao acontecer uma total mudança, como foi a reestruturação da IECLB, ao primeiro conselho cabe limpar o terreno e cavar os alicerces, para que os nossos sucessores tenham trabalho mais fácil.

Olhando para o início, não devemos esquecer que os antigos distritos RJ e SP, de repente reunidos num só corpo, se olhavam um pouco como Corintians e Flamengo, cada um com medo de que o outro poderia obter alguma vantagem. Com alegria podemos dizer que este afloramento de desconfiança mútua não sobreviveu por muito tempo. Todos compreenderam que estávamos servindo uma causa que ultrapassa fronteiras e quase-conflitos regionais. Não íamos jogar uma partida de futebol, mas sim, irmanados com todos os membros das comunidades e paróquias, plantar sinais do Reino de Deus. Certo, cada um à sua maneira, mas indubitavelmente no mesmo espírito de dedicação e serviço.

Entregamos, assim, ao conselho que nos sucederá, um sínodo coeso, razoavelmente pacificado, em instalações condignas, e com nossos votos de bênção para os que nos sucederão.

Muito obrigado.

Hermann Evelbauer


Autor(a): Hermann Evelbauer
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Prestação de contas
Perfil do Texto: Relatório
ID: 14759
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