Martinho Lutero foi um homem usado por Deus para mudar a história do mundo. Mas, não foi tão simples. Só aconteceu por causa da sua curiosidade, determinação e obediência. É óbvio... Acima de tudo, aconteceu pela graça de Deus, pois Ele é quem conduz a história. Se não fossem os planos divinos, Lutero teria rapidamente sumido da história. Seria uma voz a mais abafada, tanto pela estrutura religiosa, como pelo poder político. Contudo, o movimento permaneceu e deixou um legado ainda hoje lembrado.
Os avós de Martinho eram agricultores, numa época em que se trabalhava muito, colhia pouco e ainda era preciso dividir os ganhos com os senhores das terras, que muitas vezes era a própria igreja. Todavia, é preciso destacar que não cabe à igreja ajuntar tesouros neste mundo. À igreja serve o desafio de abrir horizontes e trazer esperança, jamais explorar o povo. Tal questionamento continua atualíssimo.
Volto ao Lutero. Seus pais se chamavam João e Margarete. Eles tiveram melhor sorte, pois conseguiram arrendar algumas pequenas minas de cobre. Tornaram-se empreendedores. Aquilo que não receberam de casa desejavam dar aos filhos: Estudo. Era uma época onde só estudavam aqueles que tinham dinheiro. Ou seja, a grande maioria era analfabeta. Outro detalhe, os meninos podiam frequentar a escola. As meninas, não. Mas, volto a lembrar que Deus tem a história na mão. Por isso, uma menina chamada Catarina que perdeu a mãe foi enfiada pela madrasta num convento, onde conseguiu aprender as letras. Assim, Deus a preparou para ser companheira de Martinho na Reforma. Na adolescência, quem sabe até questionou o destino cruel ao qual foi submetida. Mas, mais adiante viu a mão de Deus na sua união com Martinho.
Algo semelhante aconteceu o pai de Martinho. João desejava o progresso da família. Ele sonhava com um filho advogado e doutor, quem sabe até um bom servidor público. A partir de seus sonhos particulares, investiu no menino que era esforçado e bom estudante. Mas, o sonho do pai não era o sonho de Deus. Por isso, novamente é necessário lembrar de que os pais preparam seus filhos e filhas à vida, possibilitando e permitindo que eles, por si mesmos, descubram e sigam sua própria vocação. O que Deus quer nem sempre é o que desejamos, tanto para nós mesmos, quanto à nossa família.
De menino, Martinho tornou-se homem, perseguindo o sonho do pai. Ingressou na Faculdade de Direito. Porém, a espiritualidade vibrava no seu peito. Era uma fé distorcida, pois ele não tinha tanta devoção, antes um medo tremendo do juízo. Não conseguia perceber o cuidado e o amor de Deus. Assim, o medo da morte alterou o seu destino. Em viagem, quando passava por uma tempestade, clamou aos céus por socorro, prometendo ser “monge” se escapasse da morte. Em segurança, chegou à casa dos pais. Dias depois, entrava no convento como religioso.
Com estas breves palavras, desafio vocês a perceberem com atenção a presença de Deus também na história de cada pessoa. Como Deus tem nos conduzido? Para onde devemos ir? O chamado de Deus não tem época, idade ou lugar. Por isso, ainda hoje precisamos estar atentos às portas que Deus vai abrindo. Nem sempre andar ao lado de Jesus é fácil. Mas, com certeza é o caminho certo, o qual traz realização e a felicidade, tanto para nós, quanto aos que nos cercam. Que Deus nos abençoe!
Homenagem do Grupo Anima (Faculdades EST - São Leopoldo/RS) para os 500 anos da Reforma Protestante.
O arranjo para o hino Castelo Forte é de direito autoral da banda HeartSong Cedarville University.