Reflexões sobre a inclusão de pessoas com deficiência a partir da IX Assembleia do CMI

Estudo

30/04/2006

Na IX Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas, realizada de 14 a 23 de fevereiro, na Pontifícia Universidade Católica, em Porto Alegre, o tema da inclusão e das pessoas com deficiência foi tratado com responsabilidade e compromisso.

Da organização estrutural do campus da PUC, como acessibilidade, transporte, locomoção e espaço físico a debates, apresentação e oficinas ligadas ao papel das pessoas com deficiência na transformação do mundo junto aos demais temas da Assembléia, demonstra-se o esforço e o movimento em busca de inclusão.

Um dos marcos significativos ligados à inclusão foi a apresentação da declaração Uma Igreja de todos e para todos junto ao Comitê Central da Assembléia do CMI. A declaração provisória é um documento, oriundo de intenso e aprofundado estudo, em busca de uma compreensão teológica do papel das igrejas com relação à inclusão e a deficiência. O Comitê Central do CMI entende a declaração apresentada como declaração do próprio Conselho.

Na declaração entende-se que o princípio de toda existência é incompleto, é imperfeito. A vulnerabilidade faz parte da condição humana. Compartilhar a vulnerabilidade pode ser uma alternativa a muitas realidades e também um ponto de partida para trabalhar questões de segurança, de sobrevivência e de preconceito. A vulnerabilidade também é uma questão do relacionamento do ser humano com Deus. Aceitar nossa vulnerabilidade, nossa imperfeição nos remete a uma condição de dependência de Deus e do amor do outro.

Porque o amor de Deus se aperfeiçoa e manifesta na fraqueza e na pobreza – olhar para condição humana sob esta ótica implica na desconstrução de uma visão baseada na perfeição e busca obcecada por independência e segurança. Desconstruir e construir não é um processo fácil. Ser facilitador da transformação de Deus, também não.

Fundamental é que a partir da declaração é possível entender que as questões ligadas à deficiência e a inclusão não são assunto especial, restrito apenas a um grupo de pessoas, mas diz respeito a todas as pessoas, a toda a existência.

Assim, inclusão não é opção da Igreja, mas característica que define a Igreja de Deus. O papel da Igreja é reconhecer sua vulnerabilidade e mostrar que é possível transformar realidades a partir da comunhão e do esforço em transformar atitudes e pensamentos. A inclusão acontece no momento em que as pessoas se abrirem para conviverem com suas diferenças e limites, servindo-se umas às outras, cada qual conforme os dons que recebeu.

Sugestão de atividade:

Construção de uma vela a partir de pedaços ou sobras irregulares de velas coloridas.

Objetivo da atividade: Experimentar através da proposta de atividade a importância de cada pessoa, com sua diversidade, na construção de novas realidades.

Material necessário: pote de vidro transparente, pedaços de velas (pode ser colorido e de diversos tamanhos representando diversidade), 30 cm de pavio ou barbante.

Desenvolvimento: Colocar o vidro transparente no centro da mesa. Segurar ao centro do vidro o pavio. Jogar os pedaços de vela dentro do vidro. Acender a vela.

* Sugestão de leitura enquanto a vela queima I Coríntios 12-22.
Psicóloga Nádia Mara dal Castel de Oliveira
Coordenadora do Programa Diaconia – Pessoas com Deficiência


Autor(a): Nádia Mara dal Castel de Oliveira
Âmbito: IECLB
Natureza do Texto: Estudo/Pesquisa
ID: 13660
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Cada qual deve se tornar para o outro como que um Cristo, para que sejamos Cristos um para o outro e o próprio Cristo esteja em todos, isto é, para que sejamos verdadeiros cristãos.
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