Reflexão - Jogar tênis ou praticar frescobol?

21/08/2008

Pastora Sinodal Mariane Beyer Ehrat
sinodovi.mariane@terra.com.br

O clima de Olimpíada está no ar. Estão aí os melhores do mundo. Belíssimos jogos e apresentações. Torcemos, vibramos, pulamos de alegria e choramos. Vimos como o profissionalismo, a técnica e as frações de segundo foram decisivas. Em meio a todo esse brilho, quem sabe nos damos conta de que os caminhos de futebol improvisados, tão comuns de anos passados, estão desaparecendo. Vimos surgirem escolinhas de futebol. Até as “peladas” estão sendo profissionalizadas! Parece que a competição passou a ser a alma do esporte. E, isso é preocupante.

Já que o clima é de Olimpíada e fazendo uso de uma figura de Rubem Alves, é oportuno refletirmos sobre o jogo do tênis e o frescobol. À primeira vista, o tênis e o frescobol (tênis de praia) são muito parecidos. No entanto, há cruciais diferenças. O tênis é jogo de competição, tem campo demarcado, rede que separa os jogadores, há adversários. A tática é descobrir o ponto fraco do outro e para lá direcionar a bola, é dar cortadas, é cada qual marcar pontos para si. Ao final, há um vencedor e um perdedor. Já no frescobol não há campo demarcado e nem rede. Ao invés de competição, há cooperação entre os jogadores. Ambos buscam jogar bem a bola ao parceiro para que ela não caia. É importante manter a bola no ar jogando juntos pelo máximo de tempo. Neste “vai e vem” os jogadores vão aperfeiçoando seus passes, vão crescendo no jogo e juntos vibram seus próprios recordes. Assim, os participantes cultivam o prazer de jogar, juntos exercitam melhorar e aprofundam seu relacionamento.

Em 1 Coríntios 3.9 nos é dito “porque de Deus somos cooperadores”. Na verdade no original grego o termo “sinergós” significa estar junto no erguer algo. Somos ajudantes de obra. Sabemos que na construção de sua obra Deus não contrata trabalho terceirizado. Na edificação do seu reino ele conta apenas com seus filhos e filhas.

Assim, na igreja de Jesus Cristo não há lugar para jogo competitivo. Aproveitar e explorar jogadas nos pontos fracos do outro para vencer, não é regra divina.

Será que na convivência eclesial ainda fizemos o que tantas vezes cantamos no hino 117 do HPD: “olhar com simpatia os erros de um irmão e todos ajudá-lo com terna compaixão”?

Na igreja somos chamados à cooperação mútua, para juntos nos tornarmos cada vez mais fraternos, mas também mais competentes e eficientes na edificação do reino de Deus. Na convivência eclesial é necessário exercitarmos mais a comunhão. Precisamos investir no “vai e vem” em nossos relacionamentos comunitários, na formação e motivação de lideranças, na gestão de pessoas. Isto, porque nossa tarefa é conquistar o coração das pessoas a Deus.

Que no espírito da mútua cooperação seja maravilhoso e prazeroso jogarmos e vencermos juntos, como no frescobol. Esmeremo-nos como bons ajudantes na obra de Deus, a fim de que todos cheguem ao podium celestial, pois esse é o real desejo do Pai.


Autor(a): Mariane Beyer Ehrat
Âmbito: IECLB / Sinodo: Vale do Itajaí
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 8286
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