Reflexão do Culto de Encerramento

3° Encontro Intersinodal da Diaconia

01/06/2014

“Naquele mesmo domingo, à tarde, os discípulos de Jesus estavam reunidos de portas trancadas, com medo dos líderes judeus. Então Jesus chegou, ficou no meio deles e disse: - Que a paz esteja com vocês! Em seguida lhes mostrou as mãos e o lado. Quando eles viram o Senhor, ficaram muito alegres. Então Jesus disse de novo: - Que a paz esteja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês. Depois soprou sobre eles e disse: - Recebam o Espírito Santo. Se vocês perdoarem os pecados de alguém, esses pecados são perdoados, mas, se não perdoarem, eles não são perdoados.” (João 20.19-23)

Jesus se revelou para nós a partir das Suas feridas. Quando percebo as minhas dores, também entendo as dos outros. Jesus Cristo nos envia para a rua. Isso significa que nos cabe destrancar as portas para, finalmente, fugirmos da normalidade. Jesus Cristo nos capacita para sairmos do lugar da desculpa, a partir do Espírito Santo. Jesus Cristo nos dá tarefas e uma das maiores é, sem sombra de dúvida, diaconar... Aliás, faz pouco, sentei com meus desassossegos na varanda de Centro de Eventos Rodeio 12. Estávamos sentadas; sentados em torno de uma mesinha. Sobre ela estavam licores, bebidas finas, frutos do mar e frutos da terra. Pertinho de nós tocava, hora música igrejeira e hora música brasileira. Num dado momento as minhas amigas e os meus amigos se puseram a dançar com desassossegas outras e desassossegos outros. Fizemos festa, mas também refletimos. Entendemos que a vida é complexa, mas também, ao mesmo tempo, simples. Que num dado momento, dependendo do contexto, precisamos fazer perguntas e depois garimpar respostas, mesmo que seja com unhas e dentes. Que noutro instante nos cabe dizer claramente os nossos “sins” e, quem sabe, também os nossos “nãos”. Depois da dança, alguém daquelas e daqueles que me acompanhavam, relembrou momentos do nosso 3° Encontro Intersinodal de Diaconia. A cozinha Diaconal da Katharina pode ser verdade no pátio da nossa casa, mas também nas calçadas do lugar onde moramos. Cozinhar nossos pensamentos sob fogo brando não é outra coisa do que tentar resignificar nossa vida a partir do diálogo; é resistir às idéias que foram instituídas como corretas no passado, mas que, hoje, se descontextualizaram; é reconstruir momento novo sob os alicerces plantados pelo fruto do nosso labor pensante. Comunicar-se com o coração, ouvir com os olhos no entorno onde moramos é fazer Teologia Doméstica, Cotidiana, e isso é preciso. Há possibilidades de se servir, doar-se a partir do amor, dentro e fora do nosso pátio. Coisa boa poder misturar sabores. Sim, o conhecimento científico pode se deixar dobrar diante das nossas experiências privadas. A nossa vida precisa ser trazida, refletida e ruminada dentro e em torno das nossas histórias. As horas foram passando enquanto nos escutávamos e nos desafiávamos. De repente, todas as desassossegas e todos os desassossegos que ali, naquele lugar, em círculo, saboreavam vida comigo, deixaram que seus rostos se iluminassem. Agora não precisávamos mais dar tanto espaço para a solidão nos aposentos da nossa vida. Olhamos para a rua e vimos que o por do sol não doía mais como brasa queimando, a partir de lembranças no nosso peito. Iríamos sair dali com o intuito de servir no tempo das pessoas; com as pessoas e para as pessoas.
 

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Autor(a): Renato Luiz Becker
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense
Área: Missão / Nível: Missão - Diaconia
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 20 / Versículo Inicial: 19 / Versículo Final: 23
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 28394
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Nenhum pecado merece maior castigo do que o que cometemos contra as crianças, quando não as educamos.
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