“Quem canta seus males espanta” assim diz o ditado. Na infância, meu pai ganhou uma gaita de boca de sua madrinha. Como gostava de cantar e conhecia algumas melodias populares, em pouco tempo, acompanhava os amigos cantores com a gaitinha. Na adolescência teve a possibilidade de dedilhar uma sanfona. Era um instrumento caro, o qual estava fora do seu alcance. Contudo, nasceu uma paixão. Depois de alguns anos, conseguiu a sua sanfona. Após uma temporada, devido ao trabalho e à família, vendeu e passou décadas longe do instrumento. Mas, as melodias continuavam no coração. Aposentado, reencontrou a sanfona, a qual hoje lhe serve de diversão. Como mora conosco, volta e meia, ouço as melodias no quarto ao lado do escritório. Vez por outra, ele também se arrisca em cantar. Assim, em breve, completará os 87 anos, com seus dedos ainda ágeis. “Quem canta - ou toca - seus males espanta”. É verdade. Se você tiver dúvidas, experimente.
De 1964, “The Sound of Silence” na sanfona.