“Quando Deus parece distante”

08/11/2016

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus!

Em Isaías 8.17 nós lemos: “Esperarei no Senhor, que esconde o seu rosto da casa de Jacó, e a ele aguardarei”. O profeta fala de algo difícil de acreditar quando falamos de Deus: que ele “esconde o seu rosto”. Mas será que isso, que parece ser algo que não dá para acreditar, não é algo que faz parte de nossa experiência de vida e de fé?

Há momentos em que a nossa comunhão com Deus é testada. Você busca e ora a Deus, mas nada acontece. Pede para que aquele mal que perturba a sua vida perca força, nada acontece. Você ora, e só há silêncio. Parece que suas orações simplesmente batem no teto e voltam. Então você se pergunta: quanto tempo isso vai durar? Qual é o meu problema?

Davi fala nos Salmos dessa “ausência” de Deus: “Porque, Senhor, tu permaneces afastado na hora do sofrimento? Por que te escondes de mim?” (Salmo 10.1). “Por que me abandonaste? Por que estás tão longe de salvar-me, tão longe dos meus gritos de angústia?” (Salmo 22.1).

É óbvio que Deus não o abandonou. Também não abandonou você. Não há nada de errado contigo. Mas é tempo de amadurecimento da sua amizade, da sua fé com Deus. Jó sabia disso e isso lhe deu esperança quando não sentia a presença de Deus: “Eu procuro no leste, mas Deus não está ali; e não o encontro no oeste. E também não o vejo quando age no norte ou se esconde no sul. Mas Deus conhece cada um dos meus passos; se ele me puser à prova, verá que sairei puro como o ouro” (Jó 23.8-10).

Quando Deus parece estar distante, pensamos que fizemos o mal. Pecamos. É verdade que o pecado impede a comunhão com Deus. Aí precisa de arrependimento e mudança de vida. Mas há vezes que Deus “esconde o seu rosto” para testar a sua fé. E qual a razão disso? Acredito que Deus quer sim que você sinta a presença dele e se alegre com isso. Mas a verdade é que ele está mais interessado que você confie nele, e não tanto que o sinta. A pergunta é: será que você continuará amar, confiar e temer a Deus mesmo quando não sente a sua presença? Como eu posso manter os olhos em Jesus se eles estão cheios de lágrimas?]

Primeiro, diga a Deus exatamente como você se sente. Descarregue todos os seus sentimentos. Jó fez isso: “Por isso, não posso ficar calado. Estou aflito, tenho de falar, preciso me queixar, pois o meu coração está cheio de amargura” (Jó 7.11). É melhor por para fora, do que deixar criar raízes em sua alma. Ainda mais, saiba que Deus pode lidar com suas incertezas, sua raiva, seu sofrimento, sua confusão.

Segundo, concentre-se em quem Deus é: a vida muda, as circunstâncias da vida mudam. Deus não muda. Lembre-se daquilo que sempre é verdade sobre Deus: ele é bom, me ama, está comigo, sabe por que coisas eu estou passando, ele se importa e tem um bom plano para a minha vida. Alguém disse: “nunca duvide na escuridão do que Deus lhe disse na luz”.

Terceiro, confie que Deus cumprirá as promessas. Em tempos de provação confie pacientemente nas promessas de Deus. A graça dele continua contigo, ele está a seu favor mesmo que você não sinta. Quando as circunstâncias não eram favoráveis, Jó se apegou à Palavra de Deus: “Não me afastei dos mandamentos dos seus lábios; dei mais valor às palavras de sua boca do que ao meu pão de cada dia” (Jó 23.12). Esta confiança nas palavras de Deus o ajudaram a permanecer fiel. Quando você confia em Deus em tempos adversos, muito mais profunda é a sua adoração.

Quarto, lembre-se do que Deus já fez por você. Em quantos momentos Deus te guardou? O que você pode dizer que ele já fez por você? Lembre-se do lindo hino: “Alma, bendize o Senhor... de quanta dor ele, teu Pai e Senhor, livra-te em mal e carência!” (HPD 246). Só pelo que ele fez por você por meio de Cristo Jesus ele é digno de todo louvor. Sim! Não podemos nos esquecer da cruz! Quando você sente que Deus não está contigo, lembre-se da cruz! Olhe para ela! Lembre-se do que Cristo fez! Ainda acha que ele te abandonaria? Guarde firme em teu coração que Deus é real, não importa como ou o que você sente. Ele prometeu: “Nunca os deixarei e jamais os abandonarei” (Hb 13.5). Amém.
 


Autor(a): P. Astor Albrecht
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 40231
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O que o Senhor planeja dura para sempre. As suas decisões permanecem eternamente.
Salmo 33.11
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