Professor Wagabundo

Artigo

01/09/2010


Em 1964 eu era aluno no Grupo Escolar Professor José Wilke. A pequena escolinha acontecia numa antiga residência adaptada, na periferia da cidade. Ali, muitas vezes, as enchentes foram responsáveis por pausas em nossos aprendizados.

O nosso uniforme era um guarda-pó branco, quase sempre engomado. Nele, na altura do coração, se lia as letras azuis PW. Quantas e quantas vezes me irritaram quando, de forma jocosa, diziam: Professor Wagabundo.

O mês de setembro era cívico. Nossos parentes, o prefeito, todos nos assistiriam marchando. Vai daí ensaiávamos “marcha” nas ruas do bairro. O caminhão do exército trazia três ou quatro soldados que pulavam de cima da carroceria verde para bater bumbo de forma compassada. E lá íamos nós, enfileirados: esquerdo, direito, esquerdo, direito... Que festa!

Finalmente o Dia da Pátria. Manter o guarda-pó limpo era estressante. A nossa diretora, trazia a bandeira do Brasil e a alcançava para uma das meninas mais bonitas da quinta série. E nós ali, com nossos sapatos lustrados. Claro que sempre alguém tinha que trazer uma bola. Nossas professoras proibiam, mas resistíamos: só iríamos dar uns chutinhos, nada mais. A “coisa” esquentava e lá se ia o lustro do sapato. O suor escorria. A nossa professora expressava descontentamento, mas a vida continuava...

Sou luterano! Sou protestante e continuo não aceitando “cale-se”, quando julgo necessário dizer...

P. Renato Luiz Becker


Autor(a): Renato Luiz Becker
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Joinville - São Mateus
Natureza do Texto: Artigo
ID: 7692
REDE DE RECURSOS
+
Jamais alguém pode louvar a Deus sem que antes o ame. Da mesma forma, ninguém pode amar Deus se não conhece Deus do modo mais amável e perfeito.
Martim Lutero
© Copyright 2024 - Todos os Direitos Reservados - IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - Portal Luteranos - www.luteranos.com.br