Procurai a paz da cidade

Poesia

16/02/2014

PROCURAI A PAZ DA CIDADE

 Mozart Noronha


Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei

e orai por ela ao Senhor, porque na sua paz

vós tereis paz. JEREMIAS 29.7


Procurai a paz desta cidade

É de Deus divino imperativo!

Da paz seja um sujeito ativo,

Não permita que a violência

Ceife as vidas sem clemência,

Que você assim será ceifado.

 

Deus nos criou em harmonia

Com Terra, Água, Ar e Fogo,

E como um divino pedagogo

Nos fez partícipes da criação,

E Caim matando o seu irmão

Degradou as metas do jardim.

 

Este mundo seria um paraíso,

Em comunhão toda a natureza

O sol com toda sua realeza,

Unido com a lua em claridade,

As nuvens molhando a cidade,

E pássaro cantando de alegria.

 

Entre campo e cidade haveria

Uma relação de cumplicidade,

Na fartura e na adversidade

Todos viveriam em harmonia

Partilhando o pão de cada dia

Sem morte e sem delegacia.

 

Eu sei que isto é uma utopia,

Não deixo o jeito de sonhar,

Quero este mundo melhorar

Que a violência tenha fim,

Que todos tenham um jardim

Com Rosa, Antúrio e Jasmim.

 

Os campos cheirando Alecrim,

Também com a bela Açucena,

O cheiro discreto de Alfazema

Para na paisagem dá um jeito

Alegrar com o Amor-Perfeito

E deixar a vida em perfeição.

 

Azaleias brancas, rosas, roxas,

Saúdam casais de namorados,

Com juras de apaixonados;

O Cacto, a Begônia e a Bonina,

Destacam-se de maneira fina

Camélias brancas e vermelhas.

 

Toda natureza estava em festa

Destacando-se o Copo de Leite

E o Cravo pra um maior deleite,

De cor branca, rosa e vermelha

Enquanto borboleta e abelha

Posam para lhes fazer carinho.

 

Belos são a Dália, o Crisântemo,

Também a Flor da Laranjeira,

Junta com a flor da Romãzeira

Com o belo Gerânio Silvestre,

Flores que lembram o agreste

E de toda a beleza brasileira.

 

Que dizer da Flor do Maracujá?

Do Narciso, do poético Girassol

Que persegue o rumo do sol,

Da pequenina Onze Horas,

E da flor que gera as amoras,

Dádiva da santa natureza!

 

Todas as flores que habitam

No campo ou nesta cidade

Exprimem toda felicidade,

Perfumam e espalham beleza,

Não cultivam nunca aspereza

Que reina nesta humanidade.

 

Fostes pra cidade desterrados

Portanto nela é vosso lugar,

Pela cidade vós devereis orar

É o espaço da vossa moradia,

Devereis viver em harmonia

E levá-la ao trono do Senhor.

 

Orai pelas filas intermináveis,

Para não perderdes paciência,

Para que a divina providência

Coloque sobre vós seu manto,

Proteja o vosso rosto do pranto,

Guarde a vossa entrada e saída.

 

Que o divino Senhor da criação,

Nos livre da vil mão de bandido

Armado, violento e atrevido.

Proteja também Ele nossa vida

Que do Seu amor venha guarida,

E dos Seus braços proteção.

 

Oremos também pelas favelas,

Pra que haja saúde e educação,

Que na mesa nunca falte o pão

E que tenham alegria e o lazer,

Saneamento, água, luz, prazer,

Harmonia e paz no coração.

 

A educação seja de qualidade

Que crianças tenham um futuro,

Não venham morrer no escuro

De um tiro e de bala perdida,

Pois mui preciosa é sua vida,

Das mãos do Eterno é doação.

 

Oremos por nossa classe média

Ela está perdendo a esperança

Que recobre a sua segurança,

De madrugada até sol posto,

Venha a pagar menos imposto

E possa comprar mercadoria.

 

Que nas ruas as manifestações

Lutando por causas específicas

Possam ser serenas a pacíficas

E ninguém perca a prudência

Evitando a morte e a violência

E a destruição do patrimônio.

 

Oremos também pela polícia

Que não seja nunca truculenta

Pois bomba e gás com pimenta

Não é uma forma pedagógica,

Que não venha perder a lógica

E o diálogo possa prevalecer.

 

Oremos por todas as mulheres,

Que não mais sofram agressões

Que parem as cruéis violações

Em casa, nas ruas e no trabalho

Que tenham sempre o agasalho

Para amar e criar seus filhos.

 

A oração pelos governantes,

É também uma necessidade,

Para transformar esta cidade

Que ainda permanece linda,

Tem a beleza natural infinda,

É cartão postal para o turista.

 

Termino esta humilde oração,

Pedindo mediação de Jesus,

Na cidade Ele morreu na cruz

Totalmente só e desprezado,

Até por Deus foi abandonado,

E sofreu o desespero humano .


Autor(a): Mozart Noronha
Âmbito: IECLB
Área: Campanhas / Nível: Tema do Ano
Natureza do Texto: Vários
Perfil do Texto: Poesia/Poema
ID: 26853
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