2ª Coríntios 13,11-13:
11 E agora, irmãos, até logo. Procurem ser corretos em tudo. Escutem bem o que eu digo. Tenham todos o mesmo modo de pensar e vivam em paz. E o Deus de amor e de paz estará com vocês.
12 Cumprimentem uns aos outros com um beijo de irmão. Todo o povo de Deus manda saudações.
13 Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a presença do Espírito Santo estejam com todos vocês!
I. Quando tudo dá errado:
Conflites até o limite ou até além dele. O apóstolo Paulo e a comunidade de Coríntios que ele fundou, têm um conflito profundo que vai até as últimas.
A comunidade questiona a legitimidade do apostolado de Paulo por ele não ter uma oratória muito brilhante. Ele dá o troco questionando a legitimidade de algumas pessoas de falarem em nome da comunidade. Para ele estas pessoas estão agindo por interesse próprio.
Este conflito perpassa os treze capítulos de 2ª Coríntios. E quando há esta desconfiança fundamental tudo que se fala é errado. Tudo é levado para algum lado. Quando você fala, fala demais, quando cala é muito calado. Quando é racional, é cabeçudo, quando é emocional é sentimental demais. Quando tenta ver a complexidade das coisas está desviando do assunto. Quando explica simples está fugindo das implicações mais profundas.
Quando a base em comum é questionada não há solução e diálogo possível. Isto vale tanto para relacionamentos pessoais como vale para dinâmicas institucionais.
Sobretudo comunidades sofrem com este tipo de desqualificação mútua. A comunidade pequena sofre mais com isto que a grande. Simplesmente porque as pessoas estão mais próximas e visíveis. O humano fica tão forte que as vezes custa acreditar na motivação mais profunda.
Vira um costume procurar por detrás do engajamento de uma pessoa algum motivo secundário. Surgem sorrisos amarelados, céticos, até envenenados.
Pecamos por achar que já sabemos de tudo e conhecemos todo mundo. Desta forma a comunidade vira mais um espaço para realização pessoal de alguns que nem sempre permitem a presença de outros diferentes.
Se grupo A está fazendo coisa, pessoas do grupo B não vão e vice-versa. Isto porque lá no fundo se desconfia da boa fé do outro. São as famosas panelinhas. Quem sofre com isto é a comunidade e num sentido mais amplo as pessoas envolvidas e as que deixam de se envolver.
E não por último o mundo que não recebe o testemunho de Reino de Deus da forma como deveria ser.
II. Apostar com fé:
Qual é a solução disto? Ter Fé! Resposta simples e tão difícil. Ser cristão e fazer parte da comunidade desperta e exige um ato de fé.
O primeiro passo mais concreto e óbvio é o de, apesar de já saber de tantos problemas e limitações das pessoas, ousar de acreditar nelas.
É o ato do amor como Paulo diz em 1ª Coríntios 13: “O amor acredita tudo...” Paulo exige isto da comunidade de Coríntios após esta briga longa: “Tenham todos o mesmo modo de pensar e vivam em paz.”
O pressuposto de qualquer ação na comunidade é aposta na boa fé de todos. E quando esta não está 100% desenvolvida, ela o será através da fé dos outros.
Jesus diz a Pedro: Tenho pedido por sua fé... Podemos assumir o papel de Jesus e pedir mutuamente de termos fé.
III. Trindade – O Deus metido:
Mas porque tudo isto? Porque Deus resolve chegar perto de nós! Desceu num movimento histórico até caber no nosso coração através do seu Espírito.
O Deus conosco nos exorta a crer uma realidade diferente do que a que está visível num primeiro momento. Olhar o outro com os olhos de Deus. Apostar, acreditar. É assim que Deus chega.
O Deus expresso no dogma da Trindade nada menos e nada mais é que o Deus presente no outro e o vento que move nossos corações.
Apostamos na presença de Deus que pode nos transformar e que faz a diferença em nossas vidas.
Amém.
Pastor Guilherme Nordmann
