Por que confessar os pecados?

28/04/2017

Por que confessar os pecados?
Diz Martim Lutero no Catecismo Maior: “Portanto, ensinamos que a confissão é algo excelente, precioso e confortador, e exortamos a que, face à nossa grande necessidade, não se faça pouco caso desse bem precioso”.

Por que a confissão de pecados é um bem precioso? Porque ela nos coloca nos braços graciosos do nosso Deus. Ao confessarmos nossas imperfeições, nossos erros, nossas falhas, nossas limitações recebemos o abraço do perdão de Deus revelado em Jesus Cristo na cruz e nos colocamos a serviço da justiça.

Infelizmente a confissão dos pecados foi abolida em muitas igrejas. A ordem da vez é prosperar. E para prosperar tudo é válido, corrupção, esperteza, trapaça, desde que nos cofres da igreja entre o dízimo. O dízimo expia tudo. Por isso, em nossa sociedade atual reconhecer um erro, uma falha, uma limitação é inconcebível. É sinal de fraqueza, de falta de esperteza.

Na nossa comunidade, a confissão dos pecados está bem no começo do culto. Olhamos sim para as nossas falhas e erros. Desejamos, ao confessar nossos pecados, que Deus nos abrace em nossos erros e nos dirija pelos seus caminhos. É isso que Deus faz por nós na Sexta-feira da Paixão. Deus, ao ver a angústia humana do pecado, ao ver as pessoas sendo encurvadas pelas culpas, fez o que? Ele por acaso disse o que muitas vezes ouvimos por aí: “- você não é capaz!”, “- você é muito fraco!”, “- eu não sei de nada!” Não. Ele enviou o seu único Filho, Jesus Cristo, para nos abraçar e libertar do pecado. Na cruz Jesus Cristo morre por nossos pecados e nos liberta na manhã da Páscoa das culpas que nos impedem de viver em paz conosco mesmos e uns com os outros. Páscoa nos liberta para sermos sinais de ressurreição e não de morte.

Portanto, confessar nossas limitações, nossos erros, nossas falhas, nossas imperfeições diariamente de forma individual ou no culto dominical é encontrar alívio para as angústias e culpas. É encontrar o abraço misericordioso de Deus que nos cura para uma vida em cuidado e comunhão. É buscar uma nova atitude de vida e não permanecer no erro. Como seria bom se todos os citados na lava jato reconhecessem seus erros e devolvessem aos cofres públicos o que desviaram! Como seria maravilhoso e exemplar para o nosso país se seguissem o exemplo de Zaqueu (Leia Lucas 19.1 – 10).

Afinal, o perdão só nasce e é possível a partir de uma confissão sincera do erro. Confessar sinceramente nos coloca nos braços amorosos de Deus, que nos leva, a partir do perdão, a uma nova atitude de vida. Um perdão que nos faz servir e não extorquir. Um perdão que não nos torna egoístas e interesseiros, mas humildes para cuidar dos fragilizados em nossa sociedade.

Pr. Ernani Röpke
 


Autor(a): Pastor Ernani Röpke
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Cantareira (Tremembé - São Paulo-SP)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 42121
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