Perfeitolândia - Teatro

Caderno de Estudos sobre Deficiência - 2002

01/09/2002

Perfeitolândia
Teatro


Essa peça pode ser desenvolvida de acordo com a criatividade de cada um. Em Lindolfo Collor, ela foi apresentada com o auxílio de cartazes que tinham os
desenhos de acordo com o texto. Sendo assim, enquanto que o narrador contava a história as crianças erguiam os cartazes.

por Gerson Porsch - Fisioterapeuta
do Projeto Viva da Prefeitura Municipal de Lindolfo Collor.

Era uma vez, um povo que vivia muito feliz, numa ilha lá no meio do oceano. Apesar de ser um lugar bonito muito pequeno, ali existia uma cidade com tudo o que as pessoas precisavam: um supermercado, uma padaria, uma Igreja, um banco, um posto de saúde, uma escola, e muitas outras coisas. (À medida que for citado, levantar as figuras).

Todos viviam muito felizes e satisfeitos nessa cidade que se chamava Perfeitolândia, até que um belo dia, chegou num barquinho uma nova família com um papai, uma mamãe e um filhinho que se chamava Pedrinho (mostrá-los chegando e retirar as outras figuras).

Eles foram recebidos pelo prefeito e pela professora da escola.

- Sejam bem-vindos à nossa cidade - disseram eles.

- Muito obrigado - disse a família.

Todos logo repararam que o menino estava em uma cadeira de rodas e a professora perguntou:

- Puxa, vejo que seu menino sofreu um acidente, espero que ele fique bom logo - disse a professora sorridente.

- Na verdade, ele nasceu com uma deficiência e não pode caminhar, mas ele sabe andar muito bem na sua cadeira de rodas - respondeu a mãe.

Todos se olharam e não souberam o que dizer, então ficaram quietos (dar um tempinho).

O pai do menino resolveu quebrar o silêncio e perguntou:

- Gostaríamos de conhecer a cidade, será que vocês poderiam mostrá-la para nós?

- Claro, vamos lá – respondeu o prefeito.

- Eles foram andando e chegaram primeiro à escola (ir mostrando novamente os prédios à medida que forem visitados e depois recolhê-los).

- Puxa, que escola bonita, eu vou adorar estudar aqui, só que não estou vendo a rampa para eu entrar - falou Pedrinho.

- Rampa? Bem, como nós não temos outras crianças deficientes, não poderemos fazer uma rampa só para você querido, mas seu papai poderá carregá-lo - falou a professora.

- Mas terei que chegar atrasado no serviço, será que meu novo chefe vai deixar? - falou o pai.

A professora não soube o que dizer por isso ficou quieta.

Foram, então, até a padaria que também era muito grande e tinha uma vitrina com muitos doces e tortas expostos, (mostrar a padaria).

- Olá, sejam bem vindos - disse o padeiro, contente por ter novos fregueses.

- Puxa eu gostaria de entrar e escolher alguns doces, mas essa porta é muito estreita para eu passar - disse tristonho Pedrinho.

O padeiro fez de conta que não ouviu e falou, olhando apenas para os pais:

- Apareçam sempre, temos os melhores produtos e preços de Perfeitolândia - e voltou a seu serviço.

O próximo local visitado foi a Igreja que também ficava no alto de uma escadaria, por isso puderam apenas acenar para o sacerdote que lá de cima gritou:

- Sejam bem vindos venham conhecer a igreja.

- Iremos visitá-la assim que arranjarmos um helicóptero respondeu o pai do menino..., já irritado em ver tantos lugares onde seu filho não poderia chegar.

E assim o grupo visitou vários locais e perceberam que Perfeitolândia não estava preparada para um menino feito o Pedrinho.

Então o prefeito falou:

- Bem meus caros amigos. Espero que sejam felizes em nossa cidade, sei que Pedrinho vai encontrar algumas dificuldades, mas acho que ele vai saber se virar. Talvez se tivéssemos mais pessoas com dificuldades desse tipo pudéssemos fazer alguma coisa, mas só por causa de um...

A família e o próprio Pedrinho, ficaram tristes com esse comentário, mas acharam que não conseguiriam nada naquele momento, por isso resolveram ir se recolher em sua nova casa e descansar. Amanhã pensariam no que fazer.

Mas durante a noite, por esses acasos misteriosos que ninguém sabe explicar, toda a população de Perfeitolândia sonhou que cada um era portador de alguma deficiência:

A professora sonhou que lhe faltava uma perna e ela não conseguia entrar na escola para trabalhar. Ela pedia ajuda, mas ninguém dava bola. Todos respondiam que ela tinha que se virar (mostrar a professora sem uma perna pedindo ajuda).

O padeiro sonhou que estava muito, mas muito gordo e não podia entrar na sua própria padaria para fazer os pães (mostrar o padeiro gordo, tentando entrar na padaria e pedindo socorro).

O sacerdote sonhou que era cego e como na igreja não tinha rampa nem corrimão, ele despencou lá de cima (mostrar o sacerdote caindo e gritando).

O prefeito sonhou que era surdo e que a população falava com ele e ele não ouvia, tentava falar e ninguém entendia (mostrar prefeito numa confusão)

E assim na casa de cada um, os sonhos e os sustos foram se repetindo por toda a noite.

No outro dia, pela manhã estava o prefeito e mais uma multidão de pessoas reunidas na frente da casa de Pedrinho (mostrar casa e pessoas).

Espantados, o pai, a mãe e Pedrinho saíram para a rua. Então o prefeito falou:

- Meus caros amigos, hoje pela manhã bem cedo, nós nos reunimos para discutir o caso de Pedrinho, pois ontem nós percebemos que nossa cidade não é tão perfeita como nós pensávamos, (o prefeito achou melhor não contar a história dos sonhos). Quando o problema é dos outros, continuou ele, a gente se acomoda e pensa que cada um tem que se virar, mas isto está errado, nossa cidade tem que ser um lugar bom para todos viverem. A partir de hoje, começaremos a fazer modificações em toda a cidade. Faremos rampas, portas mais largas e tudo o que for necessário para você Pedrinho, e todos os portadores de deficiência que aqui viverem, para que possam ir e vir para onde quiserem.

Pedrinho e sua família ficaram muito contentes e desde aquele dia, Perfeitolândia passou a ser um lugar muito melhor de se viver.

(Mostrar todos os personagens juntos, os atores se levantam e cantam uma canção ou lêem uma mensagem).

 

Índice do Caderno de Estudos sobre Deficiência - 2002
 


Âmbito: IECLB
Natureza do Texto: Vários
ID: 23899
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