Então, cheguei aos 60 anos! Graças a Deus, com o passar do tempo, cresci. Quando criança, apenas na altura. Logo mais, na espessura. Depois, o desafio constante é crescer no conhecimento, na maturidade e, principalmente, no amor. A saga continua. Eis um compartilhar, que de fato é uma confissão. Na minha adolescência, quando voltava para casa, depois da reunião de jovens na igreja, cruzava pelos travestis e buzinava na minha motocicleta para debochar deles, pois ironizava o estilo de vida daqueles “outros” jovens. Não me dava conta do julgamento, da falta de compromisso e de amor com aqueles que não tiveram as mesmas opções que eu tive. Sempre é mais fácil ver, julgar e desprezar o pecado do outro, do que assumir o seu próprio mal. O julgamento não agrada a Deus, por isso “não quero mais me assentar na roda dos escarnecedores” (Salmo 1.1). Hoje, dou graças quando Deus me permite ver uma situação de um jeito diferente. Ou melhor, quando Deus, a partir de Cristo, clareia minha jornada. Por isso, acima de tudo, continue sempre amando a Deus. Em seguida, ame ao próximo, criado por Deus. Mas, não esqueça jamais do grande desafio, o qual transforma o mundo: Ame aquele que não está tão próximo, o que pensa diferente, aquele que optou por outro caminho, que não o teu e o meu. O julgamento final caberá unicamente àquele que veio para salvar o pecador. Eu sou um deles.
De Philipp Spitta (1801-1859), “Sempre Quero Estar Contigo” com Oziel de Oliveira Campos.