Basta um pouco de vontade e as mudanças acontecem. Em casa fui acostumado a comer muita verdura e legume, que jamais faltavam nas refeições. Mas, sempre travava diante da “cebola”. Não comia de jeito nenhum, por mais que meus pais insistissem. Durante os estudos teológicos, por um tempo almocei no refeitório da faculdade. Certa manhã, a conversa com um professor alongou-se e cheguei atrasado ao refeitório. Peguei a rapa nas travessas. Mas, não havia mais nenhum tipo de salada. Tomei a liberdade de encostar na cozinha e pedir às meninas se tinha sobrado algo. Elas chacoalharam a cabeça e disseram: Nada, absolutamente nada. Até que, por Deus, uma delas apontou à prateleira e disse: Há um vidro de cebolas em conserva. Vai? Entre não ter salada alguma e vencer uma mania, optei pela segunda alternativa. Saboreei algumas cebolas junto à rapa das panelas. De lá para cá não passo pelo buffet de saladas sem pegar as “benditas” cebolas. Aliás, depois daquele dia, a cebola vai bem de qualquer jeito. Por fim, compreendi que a cozinheira virou um anjo de Deus, pois aprendi uma lição e cresci. Com certeza, ainda tenho muito para aprender e melhorar. Diz o poeta: “Aos seus anjos Ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus caminhos. Com suas mãos, o segurarão para que você não tropece em alguma pedra” (Salmo 91.11-12).
