Pelos frutos os conhecereis! Mt 7.16
P. Irineu Valmor Wolf
- A julgar pela aparência? Ou o que conta é a essência?!
- Não dá para querer julgar, antes de debulhar!
- Trago a pinha como exemplo da natureza,
exemplo de conjunto e de rara beleza!
- Assim a Igreja com suas comunidades;
- assim as comunidades com suas capacidades;
Mas, também com suas deficiências e incoerências!
- Quantos pinhões constituem esta pinha? (99 ou + de 100?)
Ninguém sabe quantos realmente tem!
- Quantos somos para nossa Igreja constituir?
Quantos, efetivamente, estão comprometidos em construir?
- Importante: - Sejam muitos ou poucos! Mais ou menos envolvidos!
Estão todos voltados para o centro, e formam um!
- O caroço os une, aproxima, congrega, reúne.
- São constituídos em uma unidade comum!
Pergunto: -
O que, ou quem centraliza, aproxima, congrega, une a nossa atenção?
A nossa disposição de comum-união, nossa ação?
Pelos seus frutos os conhecereis!
- Seria o fruto particular, individual?
Ou a disposição de fazer parte do conjunto, por igual?
- Lembramos que muitos têm o dom de frutificar.
Outros não têm a mesma facilidade de multiplicar.
Ainda assim, fazem parte da comum-unidade!
Não importando origem ou idade!
Até mesmo, os que para mim possam parecer insignificantes,
para Deus, continuam sendo importantes!
- Às vezes tenho a impressão de que na Igreja discriminamos os dons — dando
atenção, e privilegiando apenas os, supostamente, bons!
- O povo de Jesus sempre esteve marcado pelas limitações,
e as imperfeições continuam latentes.
E isto exige dos dotados de muitos dons
atenção e cuidados, permanentes.
Pelos seus frutos os conhecereis!
Raramente a pinha cai uma única vez, de repente:
A menos que seja ceifada precocemente, o que a deixa impotente.
- Normalmente ela vai debulhando aos pouquinhos,
alimentando fauna e flora, pelos campos e caminhos.
Para os animais, ou novos rebentos e pinheirais.
Importante na alimentação e orgânica sustentação.
- Destarte, uma última consideração da minha parte:
- Não queira ser e fazer tudo sozinho, mas conte
com a benevolência e a capacidade do seu vizinho!
- Não debulhe tudo o que você sabe de uma vez,
e controle seus rompantes.
Seja humilde no saber, e sábio no ser.
Tenha compaixão dos que lhe parecem ignorantes.
- Permita e possibilite que cada um(a) use o seu dom,
revelando e partilhando o que tem de bom!
- Não tenha medo de: Quebrar para se refazer;
Compartilhar para multiplicar;
Se doar para reviver!
- Pergunto:
- Como você se sente na grande Pinha da Comunidade, da Igreja?
- Você tem conseguido aplicar seu dom e revelar o que tem de bom?
- Quanto você ainda tem para debulhar? Ou você já está a resignar?
- Estamos cientes da própria e da importância de cada um(a)
na caminhada da Igreja, nesta Unidade-comum?
- Sejamos como a gralha azul, que,
antes da sua extinção, participou ativamente da missão
de replantar os pinheirais do sul.
- Somos desafiados a resistir diante de semelhante ameaça,
confiando na misericórdia de Deus e na sua infinita graça.
Continuemos debulhando os dons, falando do amor de Deus,
cuidando das sementes do Reino, para a alegria dos filhos seus.
- Queremos caminhar juntos, e juntos proclamar em palavras e ação:
Que Deus nos confiou as sementes do Reino e da Salvação.
Em tudo seja Deus glorificado
através do seu Amado.
Eu quero continuar servindo com amor, em honra ao único
e suficiente Salvador — Jesus Cristo, meu Senhor! Amém!
O autor é Pastor Vice-Sinodal do Sínodo Vale do Itajaí e reside em Blumenau/SC
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