Pelé perdeu a mãe para a Aids e o pai para o álcool. Desde criança vivia nas ruas. Jogado de um lado para o outro, defendendo-se do jeito que dava, cresceu. As amizades lhe puxaram para o caminho do mal. Realmente foram raras as oportunidade que sentiu-se amado por alguém. Lembrava-se sem muita exatidão dos conselhos da avó que faleceu um pouco antes do pai. Ela costuma dizer que Deus tem um plano certo para cada pessoa. Precisamos sempre estar atentos. Noutra oportunidade, uma professora abraçou-o e disse: Deus te ama. Você ainda irá serví-lo. Pelé jamais entendeu o que ela quis dizer. Certo é que virou um menino do tráfico. Não usava armas. Tinha horror. Mas, levava recados e pacotes entre os morros, sempre de bicicleta. Certo entardecer, uma batida policial o recolheu. O soldado lhe disse: Neguinho! Você vai apodrecer na cadeia. Pelé se assustou. O que mais prezava era sua liberdade. Não consumia drogas ou álcool. Bastava a lembrança do pai e da mãe, perdidos à droga. Sequer casa tinha para morar. Vivia livre, ora aqui, ora ali. Agora, enjaulado para sempre? Bateu um desespero. Aquela fatídica noite na prisão determinou o seu futuro. As palavras “você vai apodrecer aqui” ressoavam. Num canto da cela achou jogado ao chão uma Bíblia. Sabia o que era, mas jamais tinha aberto uma. Na primeira fresta do sol, achou na primeira página: O mundo era sem sentido. Então, Deus disse: Que venha a luz! Pelé ajoelhou-se a disse: Meu Deus! Eu quero a tua luz. Eu preciso encontrar o sentido à minha vida. Daquele momento em diante, não só as portas da cadeia se abriram, também outras tantas portas, permitindo ao Pelé uma mudança radical. Cumprindo os presságios da avó e da professora, por Deus, o rumo da vida do Pelé mudou.