Algumas situações bem específicas marcam a jornada ministerial. Somente nesta semana, depois de 30 anos, descobri o nome da localidade onde ocorreu um fato marcante. Houve um falecimento em Marombas, município de Brunópolis, Paróquia de Curitibanos. O presidente fez contato e pediu-me que substituísse o missionário norueguês que estava em férias. Eu era o vizinho disponível (Pouso Redondo, 100 km). Ele me passou algumas informações da falecida, o horário e local do velório. Não conhecia ninguém, muito menos a região. Mas, “quem tem boca vai a Roma” diz o ditado. Era um dia de chuvisqueiro. Quase todo trajeto foi feito com tranquilidade pela BR 470. Alguns poucos quilômetros, num estradão de interior, bem tranquilos para percorrer. Não hora certa estava no local. Com algumas folhas de canto, leitura bíblica e reflexão tentei consolar os familiares e amigos, apontando à ressurreição. Após a despedida, seguimos ao cemitério, que ficava no alto da coxilha. A situação mudou. Além da chuva, havia um pequeno caminho morro acima, só no barro. Eu estava metido no meio daquele povo que, passo a passo, carregava o esquife na mão, por vezes resvalando, outras atolando. Mas, por fim sepultamento realizado, missão cumprida e experiência vivida. Sempre carreguei tal momento no meu coração como uma lição. Na vida, nem sempre os caminhos são plainos e tranquilos. Por vezes, os obstáculos vão aparecendo. Não há muita escolha, senão superá-los. Quando há um firme propósito, animados pela fé, alcançamos a meta.
