Paz sem armas

Artigo

01/07/2005

Os Estados membros do G-8 estão desvirtuando seu compromisso de reduzir a pobreza, aumentar a estabilidade e fomentar os direitos humanos ao realizar irresponsáveis exportações de armas a alguns dos países do mundo mais pobres e assolados por conflitos. Este texto consta de um informe da organização Anistia Internacional. Não deixa de ser uma denúncia grave que mexe com os sentimentos cristãos da gente.

São membros do G-8 a Alemanha, a França, a Inglaterra, a Itália, os Estados Unidos, o Canadá, o Japão e a Rússia. Como vemos, quase todos são países em que a maior parte da população é cristã. Nesses países são produzidas armas que são vendidas a países muito pobres, com altas dívidas externas. Estes acabam investindo seus minguados rendimentos na aquisição de armas para manter guerras e conflitos armados, em vez de aplicar no bem estar da população.

Por outro lado, países do G-8 produzem componentes aparentemente pacíficos (como, por exemplo, motores), mas que vão ser usados em tanques de guerra finalizados nos países pobres. Com isso, se tornam responsáveis diretos pelo aumento da violência e da pobreza do povo.

O informe da Anistia Internacional menciona, ainda, um estudo que mostra que os países do G-8 são responsáveis por 80% das exportações de armas no mundo, contribuindo para a reprodução da pobreza e para reforçar ditaduras e grupos terroristas. Por fim, o informe sugere a criação de um Tratado sobre o Comércio de Armas que limite, controle e discipline a fabricação e a exportação de armas. Segundo Rebecca Peters, da organização Rede Internacional de Ação sobre Pequenas Armas em vista das incontáveis vítimas fatais e da destruição maciça de bens e meios de subsistência que fomentam as transferências de armas irresponsáveis, o G-8 deve sair das palavras para os fatos, pressionando para que as negociações sobre um Tratado sobre o Comércio de Armas comecem em 2006. Qualquer outra posição suporia uma lamentável traição para os milhões e milhões de seres humanos, homens, mulheres e crianças que todos os dias são vítimas de violações de direitos humanos e da violência armada.

Para nós, Jesus Cristo é o Príncipe da Paz. Na cruz instalou seu reinado de justiça e de bondade entre os seres humanos. Com a ressurreição inaugurou uma forma de poder centrado no serviço e no amor. Não podemos contar com armas e outras formas de violência para realizar seu reinado. Quanto mais nos afastamos da violência, mais transparece o que Jesus Cristo já

Por isso, é necessário denunciar e ficar vigilantes. Temos uma missão profética: a de expressar a inconformidade com a produção e comercialização de armas, bem como de anunciar uma nova forma de convivência e de resolução de conflitos. Esta, baseada na negociação, na mediação, no diálogo. Uma tarefa viável e possível em nossos círculos mais íntimos, da mesma forma como nas mesas de negociações internacionais. Oremos, pois, pelos irmãos e irmãs de todos os países, para que exerçam sua missão profética e apelem aos seus governos que parem de produzir e comercializar a morte, substituindo a indústria armamentista por fábricas de bens que venham a melhorar as condições de vida da humanidade.

Carlos Musskopf
pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
em Joinville - SC
Diosece Informa - 07/2005

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