A imponência e o valor da Igreja da Paz serão preservados por mais algumas décadas, pelo menos. Isso porque começou a segunda e última etapa de restauração do templo, o mais antigo do centro de Joinville e legítimo patrimônio religioso, cultural e arquitetônico da cidade. Realizadas pela Alianza Engenharia e Construções, as obras têm duração prevista de oito meses e devem terminar em outubro, garantindo assim o legado material deste símbolo joinvilense de 158 anos.
Mas a restauração da Igreja da Paz pretende garantir não só longevidade da estrutura, mas também segurança a seus frequentadores, luteranos e de outras denominações. Serão feitas a requalificação dos sistemas elétrico e hidráulico; a adequação do edifício às normas de prevenção de incêndio e acessibilidade; a recuperação do forro, das alvenarias, esquadrias e pisos e pintura geral, entre outras melhorias.
Neste primeiro momento das obras, a prioridade é proteger os bens integrados móveis, do órgão de tubos e demais elementos, como altar, cruz e arandelas. “Para garantir que todos os materiais e técnicas construtivas sejam preservados e tratados de forma adequada, é fundamental que seja seguido à risca o projeto de restauração arquitetônica existente e devidamente aprovado”, frisa a arquiteta e responsável pela produção cultural, Simone Harger.
Para quem está preocupado com a identidade arquitetônica característica da Igreja da Paz, Simone explica que as fachadas receberão tratamento e recuperação do reboco nas áreas em que se fizer necessário e, após esses procedimentos, uma nova pintura.
“O restauro da Igreja da Paz é um marco para a memória arquitetônica e religiosa da cidade, pois demonstra que o amor pela memória e pela cultura dos primeiros imigrantes permanece viva nas gerações atuais que, a partir desta ação, perpetuam essa memória para as gerações futuras”, diz a arquiteta.
Cabe salientar que o restauro da igreja somente foi possível a partir do envolvimento da sociedade, que, junto com a diretoria da Paróquia da Paz, da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Joinville (CEJ-UP) e equipes de arquitetura da Ornato Arquitetura e de produção cultural da Cultiva Criativa e Fazer Cultural, acreditaram na importância dessa ação para a história local. Por meio do Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC número 150315), pessoas físicas e empresas direcionaram uma parcela de seus impostos de renda para o projeto. Em duas fases de captação, foi conseguido o valor total de R$ 2.367.232,02, suficiente para realizar as obras previstas.
Sobre a Igreja da Paz
A Igreja da Paz se liga com os primórdios de Joinville, quando os primeiros imigrantes ergueram uma casa de oração. Em 1857, apenas seis anos após a chegada da Barca Colon, a pedra fundamental do templo foi lançada, e em 1864 aconteceu a inauguração.
Desde então, a Igreja da Paz faz parte da vida dos joinvilenses - sendo parte de um conjunto arquitetônico que inclui o tradicional Colégio Bom Jesus (antiga Deutsche Schule) -, tanto que foi tombada como patrimônio histórico/cultural em 1998. É o único templo luterano de Joinville a receber a honraria.
“A Igreja da Paz é um patrimônio histórico, cultural, arquitetônico e religioso de Joinville. Foi a partir do centro e da Igreja da Paz que cresceu a cidade. Os pilares do empreendedorismo, da resiliência, da fé e da esperança foram pregados neste templo. Devemos muito aos nossos antepassados que construíram Joinville e alimentaram a fé na Igreja da Paz”, afirma Cleo Moacir Martin, pastor da Paróquia da Paz.
* Empresas patrocinadoras
Clamed, Schulz S/A, Schulz Compressores; Ciser, Docol, Tigre, Toyoville, Krona, Masterpoint, Transtusa, Quimidrol, Pedreira Rio Branco, Britagem Vogelsanger, Laboratório Catarinense, Incasa, Copper, Instituto Carlos Roberto Hansen, Metal Group, Romaço, Martinelli Advogados.
* Fotos: Divulgação