Parem com as ofertas

Prédica

26/06/2011

Meus queridos amigos. Imaginem que um pastor comece assim a sua pregação: “As ofertas do último domingo foram tantas que reunimos muito mais do que o necessário. Por isso, por favor, parem de trazer suas ofertas. Nós temos dinheiro sobrando e não temos mais onde aplicar o que vocês estão ofertando”.

Conseguem imaginar algo assim? Certamente tal aviso pegaria todos de surpresa. Mas, será que tal cena já aconteceu alguma vez? Alguma vez já foi dado tal aviso: Parem com as ofertas! O que vocês acham?

Sim, já aconteceu, pelo uma vez. Mas foi há muito tempo atrás. Sobre isso fala o texto de Êxodo 36.2-7.

1. Preconceitos quanto ao tema ofertas!

Cada vez que o assunto é “dinheiro” ou quando aparecem textos como este, muitos pastores sentem um frio na espinha e alguns deles se esquivam de pregar sobre este tema. Dinheiro parece ser assunto proibido na igreja.

Muitos membros também começam a ficar impacientes, desligam a atenção, e alguns deles têm vontade se sair correndo quando o assunto contribuição é abordado do púlpito.

Por quê? Porque existem muito preconceitos contra este tema. Fala-se pouco sobre dinheiro em nossa Igreja, por uma série de razões.

Quero apresentar algumas:
* Muitos pensam que quando o pastor fala sobre contribuição ele está pedindo dinheiro para si. “De novo pedindo dinheiro, pastor!” É importante que os membros saibam que o salário ministerial é estabelecido pela direção da igreja.
Na prática isso significa que o pastor não vai receber mais ou menos, conforme entram mais ou menos ofertas, como acontece em algumas outras igrejas.
* Em muitas outras igrejas a questão das ofertas é tratada de forma tão leviana e extorsiva que nos sentimos vacinados contra este assunto.
* Outra resistência é pensarmos que o tema dinheiro não é um assunto da Bíblia. Então é importante lembrar que tanto o Antigo como o Novo Testamento falam sobre isso. Jesus falou sobre isso (Marcos 12) e os apóstolos deram muitas orientações sobre dízimos e ofertas (2 Coríntios 9).
* E por final, pastores e membros querem evitar este assunto, porque não queremos colocar a mão no bolso para sermos generosos com as nossas ofertas.

A conseqüência é dificilmente chegaremos a ouvir uma notícia como esta: parem de trazer suas ofertas. Por outro lado, as dificuldades também são grandes! Mas voltemos ao nosso texto.

2. Qual era a situação do povo de Israel?

Qual a situação do povo de Israel, quando Moisés chegou a ponto de pedir: parem de trazer ofertas? O povo de Israel estava no deserto. Eles tinham passado pela fantástica experiência da libertação do Egito, descrita no livro de Êxodo.

Foram sustentados de forma maravilhosa por Deus, que lhes deu água e pão e os protegeu dos povos inimigos. Eles passaram pelo monte Sinai e receberam os Dez Mandamentos.

Mas sem identidade nacional e sem lugar de adoração a Deus, o povo é influenciado por outros deuses. Neste contexto Moisés recebe a ordem de construir um tabernáculo, um lugar de adoração, para prestar culto a Deus (capítulo 35).

A obra a fazer é a construção do tabernáculo (v.2). Para realizar esta obra todo o povo foi convidado a trazer suas ofertas (v.3).

Moisés passou estas ofertas para a comissão de construção comandada por Bezalel e Aoliabe (v.2). Mas a cada manhã o povo trazia ofertas e mais ofertas voluntárias (v.3).

E no verso 5 o chefe de construção diz a Moisés: “O povo traz muito mais do que o necessário para a obra que o Senhor ordenou se fizesse.”

Então vem a curiosa ordem de Moisés: “Nenhum homem, nem mulher faça mais obra alguma para a oferta do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais ofertas” (v.6).

Meus queridos amigos! Como é possível que um povo pobre, escravo e espoliado pudesse trazer tantas ofertas para realizar a obra de Deus?

Em nosso texto se informa que Deus tocou o coração e as pessoas passaram a ter boa vontade para ajudar.

Este parece ser o segredo até os nossos dias.
a) Os recursos existem! Deus continua nos sustentado, assim como sustentou o povo de Israel na peregrinação pelo deserto. Mas nós podemos nos apropriar de forma indevida dos recursos que Deus destinou para a sua obra; então podemos desperdiçar nossos recursos empregando-os de forma errada.
O que precisa acontecer?
b) Deus precisa tocar o nosso coração. Oferta é questão do coração. É interessante que quando a Bíblia fala sobre o assunto contribuição ela sempre afirma que a oferta vem do coração. Vimos isso na leitura do Novo Testamento: “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração.” Se não vem do coração não vem com alegria. Se ofertarmos com tristeza como Deus poderá se alegrar com a nossa oferta?
Quando Deus toca o coração acontece o que diz no verso 3: “Todas as manhãs o povo de Israel continuava a trazer a Moisés as suas ofertas!”

3. Como chegar ao alvo do versículo 5?

O texto diz: “O povo está trazendo muito mais do que o necessário para o trabalho que Deus mandou fazer?”

Como chegar a este estágio em que, ao invés de faltar, sobre dinheiro para o trabalho de edificação da Igreja? Será que isso poderá acontecer? Sim, pode! Porque nós também temos os recursos necessários. O que precisamos aprender é ofertar como Deus deseja. Como chegar ao alvo do versículo 5?

Três coisas me parecem necessárias acontecer:
1) Entender que a oferta é uma questão de fé. Quando as pessoas não reconhecem Jesus como seu Senhor e Salvador, a Igreja parece ser uma organização como qualquer outra. “Ela que se dane com as suas despesas. O tesoureiro que se vire em pagar as contas.”
Quem não aceita que a Igreja é obra de Deus que quer ser edificada com a nossa participação, dificilmente poderá contribuir com alegria. O povo ofertou porque reconheceu o cuidado e a proteção de Deus.
2) Reconhecer que a oferta é demonstração de gratidão. Quem reconhece o amor de Deus que deu tudo por nós, também gostará de ofertar para que o Evangelho seja pregado. Ofertar é ajudar no trabalho de pregação, evangelização e missão.
3) Aceitar que fé e gratidão resultam em obediência a Deus. Para chegarmos ao alvo do verso 5 precisamos passar pela transformação que o povo de Israel passou. Eles foram tocados no coração, para obedecerem a Deus.

A fé em Deus implica em obediência a Deus em todas as áreas da nossa vida. Muitas pessoas têm uma compreensão romântica da fé. Mas a Bíblia deixa claro que a nossa fé se concretiza na ação, no cumprimento daquilo que Deus pede de nós. A obra de Deus não está pronta. A edificação da Igreja é tarefa para a qual todos nós somos chamados. Como vamos proceder? Quando você der a sua oferta lembre dos desafios deste texto. Que Deus nos ajude.


Autor(a): Germanio Bender
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Joinville - Martin Luther
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Área: Sustentabilidade / Nível: Sustentabilidade - fé, gratidão e compromisso
Natureza do Domingo: Pentecostes
Perfil do Domingo: 2º Domingo após Pentecostes
Testamento: Antigo / Livro: Êxodo / Capitulo: 36 / Versículo Inicial: 2 / Versículo Final: 7
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 909
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