Parábola do Semeador

01/07/2011

“A que caiu em boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança.” (Lc 8.15)

O lema desta semana (3º domingo após Pentecostes) é o ultimo versículo da explicação da Parábola do Semeador. Nessa parábola o coração humano é comparado a quatro tipos de solos nos quais a semente da Palavra de Deus é lançada. O coração é associado a quatro tipos de solos: a beira do caminho, sobre a pedra, entre os espinhos e enfim a boa terra.

Muitas pessoas ouvem esta parábola e querem “enquadrar” outras pessoas nesta “tipologia” dos solos, como se cada um fosse imutável. Como se existisse gente que estaria fatalmente condenada a não receber a semente. Em contrapartida, outras estariam “predestinadas” e serem “boa terra” por natureza. – Será?!

Não creio que isso seja assim. Tampouco creio que Jesus tivesse uma visão fatalista do ser humano. Ao contrário! Jesus olhava com esperança para cada pessoa! Ele queria transformar corações! – Essa foi precisamente a intenção de Jesus com todas as parábolas. Afinal, ele não estava simplesmente falando de “tipos” de pessoas, mas sim, da proposta do Reino de Deus. Proposta que transforma, de dentro para fora. Proposta que brota e cresce a partir do coração.

Afinal, o que podemos entender por “coração”? – Jesus não usou a linguagem poética moderna que se refere às emoções. Jesus, quando fala em “coração”, refere-se àquele ponto de nossa existência em que não há divisões nem distinções e onde somos totalmente um. Ali habita o Espírito de Deus e ali acontece o grande encontro. Ali você tem a certeza de que é imagem de Deus. Ali, coração fala a coração, porque ali ficamos diante da face do Senhor, dentro de nós.

Na tradição judeu-cristã, a palavra coração refere-se à fonte de todas as energias físicas, da emoção, do intelecto, da vontade e do senso de justiça.

No coração, originam-se impulsos impenetráveis, além de sentimentos, disposições e desejos conscientes. É o centro da percepção e do entendimento. Finalmente, ele é a sede da vontade: faz planos e chega a uma boa decisão. Nosso coração determina nossa personalidade e é, portanto, não só o lugar onde Deus habita, mas também o lugar onde o mal dirige seus ataques mais ferozes.

Esse coração é o lugar da oração. Que Deus continue dirigindo nosso coração, assim como fez com nossos antepassados, assim como foi até agora. Que possamos, num só coração, continuar sendo Igreja ACOLHEDORA, MULTIFORME, TERAPÊUTICA e SOLIDÁRIA, Igreja que é parceira do Deus Salvador. Igreja que é terra fértil que frutifica com perseverança. Amém.


Autor(a): Renato Creutzberg
Pessoa: Vice-Pastor Sinodal
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 926
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Quisera não ter outro pensamento que este: a ressurreição aconteceu para mim!
Martim Lutero
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