“... para que eles sejam um...”
(João 17.11)
Inicio este artigo com respeito e amizade ecumênica fazendo uso de um parágrafo do amigo e parceiro de caminhada de fé. Cito palavras do Pe. Elias Wolff, em Igrejas e ecumenismos: uma relação identitária. Ele afirma; “Ecumenismo: o termo ecumenismo precisa ser recuperado em seu sentido etimológico, como a casa de todos, o mundo habitado, a responsabilidade comum pela administração/cuidado da casa comum (oikonomia-oikoumene). Mais que enfatizar o significado técnico de ecumenismo, que historicamente assumiu um sentido hermética no mundo cristão, há que se enfatizar o seu significado existencial, de convivência, co-responsabilidade, parceria, o que é comum a toda a humanidade. Ecumenismo diz respeito ao próprio mundo, como condição para ser/existir e ao modo de ser no mundo. Amplia-se o horizonte semântico do termo: a ecumene abriga todos os seres e todos os credos, alargando a meta da unidade buscada.” (in: Estudos Teológicos – Ano 45 – Nº 2 – 2005; pg. 28).
Somos desafiados diariamente a viver a religião e as diferentes confessionalidades neste mundo, na casa de Deus. Divisões e diferentes práticas religiosas criadas e cultivadas pelos seres humanos. Assim cabe também aos seres humanos novamente procurar a aproximação e convivência com justiça e amor. Observar o que nos identifica e nos une. Creio que é possível afirmar que cremos em Deus, num Deus benevolente e justo. Cremos num Deus Único, Criador do Universo e de toda humanidade, que ama toda obra criada por Sua Palavra. Cremos também que todo ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. Assim, cada ser vivo merece dignidade pela graça que recebeu do Criador. No tempo em que vivemos ensaiamos de forma tímida algumas ações conjuntas em favor da justiça social, paz e integridade da criação entre diferentes confissões e religiões. Independentemente em que confissão nós comungamos, todas elas são formadas por seres humanos, que em princípio oram e servem. As orações e seus serviços são proféticos, é a voz e o anúncio de Deus, para o contexto e para o futuro. Na ecumene é preciso crer na convivência possível do amor e ter muita esperança.
Cristo, nosso Senhor, afirma: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros : assim como eu vos tenho amado...” ( Jo. 13.34). Ele nos ensina como devemos conviver com outras pessoas, de opiniões e convicções diferentes. Ele nos motiva para uma convivência de profundo amor. Através do amor ensaiamos a relação de respeito. É isso que nos leva a aceitar e a dialogar com respeito entre confissões e religiões, enxergando na outra pessoa parte do rosto de Deus. Assim, cada ser humano é também meu irmão ou minha irmã.
Pastor Sinodal Inácio Lemke
Sínodo Norte Catarinense