Papas na língua?

24/06/2022

 

Você sabia que João Batista morreu porque não tinha “papas na língua”? Ele passou boa parte de sua vida pregando no deserto. As pessoas vinham de longe para ouvi-lo. Ele apresentava a verdade de maneira simples, convencendo os ouvintes ao rito do batismo, onde as águas do Jordão carregavam os pecados. Ou seja, o “batismo” de João era um ritual judeu de purificação. No deserto, João ouvia confidências pessoais, mas também gerais, frutos da sociedade corrompida. Tais pecados, ele observou com seus próprios olhos quando passou a viver na capital. Eis que o governador Herodes havia tomado para si a esposa do irmão. Por mais que alguns tentem “reduzir” o pecado apenas à esfera sexual, a questão era mais profunda, envolvendo também a corrupção. O adultério não é apenas uma questão da traição matrimonial. Acima de tudo, relaciona-se à falsidade. Alguém vive algo que de fato não crê. A verdade dita “sem papas na língua” dói. O pecador fará o possível para justificar suas atitudes, colocar a culpa no outro ou acobertar o mal. Naquela ocasião, João já estava na masmorra. Mas, não bastou. Uma menina foi usada pelos caprichos da mãe na festa de aniversário do governador, onde quase todos estavam entorpecidos. Assim, rolou a cabeça de João. De fato, ninguém estava isento de culpa na morte de João. Houve safadeza, abuso de poder e omissão. O maior profeta foi decapitado. Todavia, sua voz continua clamando no deserto no qual ainda hoje vivemos: Convém que “a verdade” cresça! Que tanto meus desejos, quanto a mentira e a corrupção diminuam mais e mais (João 3.30).

Com Antônio Cardoso, “A Verdade Vos Libertará”.
 


Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Garuva-SC (Martinho Lutero)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 3 / Versículo Inicial: 30
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 67392
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Deus, ao atender uma oração, atende-a de modo maravilhoso e rico, assim que o coração humano é por demais apertado para poder compreendê-lo.
Martim Lutero
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