Caros Membros da nossa Paróquia!
Não, não somos contra o Carnaval...
Nada contra a alegria, música, dança, leveza. Até alguma bebida admitimos a partir da tradição luterana - enquanto é consumida com moderação, claro. O carnaval é muito antigo e mexe com desejos humanos muito profundos: De uma vez extrapolar todos os limites. Esquecer todo drama e sofrimento do cotidiano.
Se isto funciona depende um pouco da personalidade e da cultura. Pelo jeito no Brasil estes aspectos estão bem favoráveis ao carnaval - olhando as dimensões que ele adquiriu ao longo da história. Mas na Quarta-feira de Cinzas tudo acaba - isto é um consenso, mesmo havendo uma ou outra transgressão.
Acaba porque? Porque de fato, a vida nesta terra, não é um carnaval, mas se caracteriza por uma caminhada entre alegria e tristeza, prazer e sofrimento, leveza e contingência. Podemos tudo, diz o Apóstolo Paulo, mas nem tudo convém. Fazendo Carnaval o tempo todo, acabamos destruindo a nós mesmos. De fato, nesta terra têm limites e precariedades que precisam ser respeitados, senão a vida não tem mais continuidade.
Disto trata a história da tentação de Jesus (Mateus 4,1-11). O diabo tenta Jesus 3 vezes, e a cada vez ele sugere que Jesus como filho de Deus não deveria sofrer de nenhuma limitação e fazer uso e abuso do poder divino de qualquer jeito. Jesus resiste porque sabe bem que a vida precisa ser vivida em todos os seus aspectos. Sabe que o caminho dele não é triunfalista, mas inclui sofrimento e morte na cruz antes de ser glorificado.
Ainda estamos aqui nesta terra e carregamos as marcas dela no corpo, coração e alma. Somos seres humanos limitados e falhos, porém amados e abençoados por Deus. Podemos aceitar a nossa condição e fazer o melhor como filhas e filhos de Deus.
Wilhelm Nordmann