PALAVRA DO PASTOR
O salmista canta ao Ungido de Deus:
Tu és o mais formoso dos humanos; nos teus lábios se extravasou a graça; por isso Deus te abençoou para sempre.
(Salmo 45.2)
O que é para você ser o ungido de Deus? É ser um rei? Um governante? Um profeta? Um escolhido?
O salmista fala do rei como o ungido de Deus. O ser ungido de Deus significa de que se trata de um rei justo e reto. Um rei que irá exercer um governo que reflete a graça divina, isto é, a verdade e a justiça (Sl 45.4). O ungido que participa da realeza de Deus e se assenta sobre o seu trono deve governar o seu povo fundamentado na lei, que contém em sua essência a prática do amor à justiça (Sl 45.7).
Nesse caso, é possível imaginar que a formosura do rei esteja relacionada aos seus lábios. Provavelmente não pela aparência física, que poderia ser de um sorriso bonito e cativante, porém pela questão das palavras pronunciadas pelo rei. A formosura dos lábios do rei estaria no seu discurso de extravasar a graça da justiça de Deus. Os lábios do rei seriam o instrumento para que a graça e a misericórdia de Deus sejam experimentadas pelo povo. Motivo para que a bênção de Deus acompanhe em todos os momentos.
O modelo de liderança e de governo apresentado pelo salmista continua sendo um anseio em nossos dias. Para nos auxiliar nessa missão Deus enviou o seu próprio Filho ao mundo. Ele ungiu o seu Filho com a verdadeira humildade, verdade e justiça. Por meio de Cristo não há mais ungidos “especiais”. Por meio de Cristo somos todos e todas ungidos e ungidas pelo Batismo para servir nesse mundo em humildade, verdade e justiça. Somos revestidos com os dons do Espírito Santo para refletir para dentro do nosso mundo tão fragilizado e carente de justiça a graça e a misericórdia de Deus. Somos por Cristo ungidos filhos e filhas para que o Deus, que governa com justiça (Sl 9.8), que ama a justiça e a retidão (Sl 33.5), que faz justiça e defende a causa dos oprimidos (Sl 103.6), seja experimentado e sentido por todos e todas que vivem na dor da angústia, da doença, da pandemia, da injustiça, do preconceito, do rascimo e da exclusão. Amém.
P. Ernani.