Que o Senhor faça com que cresça cada vez mais o amor que vocês têm uns pelos outros e por todas as pessoas...”
(1 Tessalonicenses 3.12)
Estamos vivendo em nosso país e no mundo crises e tensões. Insegurança quanto ao futuro paira no ar. O que fazer? Que caminho escolher? O caminho da violência, da discriminação, do preconceito, do levantar muros, do isolamento, do cada um salve-se como puder, que estamos acompanhando diariamente nos meios de comunicação? Também na época do apóstolo Paulo a realidade era de insegurança e incertezas. Muitos medos, conflitos e perseguições afligiam os cristãos do primeiro século. No entanto, o que Paulo recomenda a eles? Ele diz: “Que o Senhor faça com que cresça cada vez mais o amor que vocês têm uns pelos outros e por todas as pessoas...” Seu desejo é que esta comunidade, mesmo em meio à tribulações, permaneça unida no amor que Deus revelou ao mundo em Cristo Jesus.
A palavra chave do apóstolo para manter a comunidade unida mesmo em meio à dificuldades é o amor de Cristo. Quando temos como fundamento na vida o amor de Deus revelado em Jesus Cristo o caminho não será o da violência, da discriminação, do preconceito, do levantar muros, do isolamento, mas do carregar a cruz uns dos outros. A Quaresma nos lembra que Deus em Cristo carrega a nossa cruz, toma sobre si os nossos pecados, para nos libertar a viver em amor e esperança uns com os outros. O amor de Deus revelado em Jesus não escolhe o caminho da violência, mas do perdão e da reconciliação. É amor que salva, amor que estende a mão não para erigir muros, mas para aliviar a dor e o sofrimento do outro, da outra. É amor que não dispersa e isola, mas que irmana diante das inseguranças e necessidades da vida.
É este amor que também Lutero descobriu e o fez alegre jubilar e sem medo a serviço de uma Reforma se colocar. Desejo, por isso, que o amor de Deus revelado em Cristo Jesus ao mundo, com o qual o apóstolo Paulo orienta a comunidade dos Tessalonicenses, também seja o nosso alicerce nas reformas que temos que realizar em nossas vidas, em nossas famílias, em nossa comunidade, em nosso país e no mundo. Pois este amor não priviligia uns em detrimento dos outros. É amor que busca, sobretudo, cuidar, proteger e salvar a vida. É amor que não abandona, mas que carrega o outro em meios aos sofrimentos e dores da vida.
Senhor, obrigado pelo teu amor em Cristo. Somente ele é capaz de nos carregar e manter unidos diante das crises, sofrimentos e inseguranças da vida. Ajuda-nos para que ele seja o fundamento de nossos gestos e atos nas muitas reformas necessárias para uma vida digna para todos e todas. Amém.
Pr. Ernani Röpke
