“Os que esperam no Senhor, renovam suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam “. Isaías 40.31 (Lema do mês de dezembro de 2007 )
Nestas palavras o profeta Isaías transmite um sentimento de esperança, de força, de liberdade, de vitalidade. Somos literalmente contagiados por esta afirmação da esperança no Senhor.
O povo de Israel, do qual o profeta era contemporâneo, passava por situação difícil. Vivia exilado na Babilônia, longe da sua pátria, da sua terra, do seu templo. Sofriam com a falta de liberdade para viver e celebrar os seus cultos no templo. Seus projetos de vida tinham sido interrompidos. Este fato alimentava no povo a esperança de poder voltar para a sua terra. O tempo, porém passava e nada acontecia. Os exilados começavam a ter o sentimento de que Deus os havia esquecido na Babilônia. Que não via o seu sofrimento e que seu braço não os alcançava no estrangeiro. Cansados e fatigados, a sua fé no Deus que os libertaria, começa a balançar, a fraquejar. Mais e mais se sentem atraídos pelos deuses astrais da Babilônia.
É neste momento que o profeta recebe a incumbência de proclamar “ o grande anúncio da misericórdia de Deus.“. Anuncia que Deus age em Sua soberania em favor do seu povo. Que dele parte a ação, a iniciativa de libertar o seu povo. Ao mesmo tempo, o profeta assinala que Deus age em Sua misericórdia, por Sua graça imerecida.,Assim renova e reanima, dando forças aos fracos, revigorando a esperança e a fé dos desesperançados.
Para nós a libertação não está por vir, como para Israel em seu exílio babilônico. Nós já conhecemos este Deus. Já sabemos e vivenciamos que Êle, em Sua misericórdia e, por graça, sem detrimento de Sua soberania, tornou-se pessoa em Jesus Cristo, para o “ nosso bem “. Ele veio para nos servir. Veio para que nós, à sua semelhança, servíssemos uns aos outros, em amor.
O Advento é, semelhantemente, para nós hoje, época de recuperar os grandes feitos de Deus. Eles são fundamentais para a fé cristã e orientadores para a nossa convivência na comunidade e no mundo, em testemunho e serviço. Este recuperar dos fatos, no Advento, significará, conforme Isaías, novo fascínio, força e vigor para superar nossos cansaços e desesperanças e cultivar nossa fé- esperança “ no Senhor”.
Advento é, por isso, época de não só pensar em doces e presentes Acima de tudo, Advento é convite para olhar em direção ao que realmente importa, ou seja, a oferta da vida com esperança.
P. Huberto Kirchheim / P. Martim Reusch