O profeta Amós viveu numa época de grandes transições históricas e sociais. Nós também vivemos em tempos de fortes mudanças no cenário nacional e internacional.
Amós vivia uma vida normal de criador de ovelhas e agricultor quando foi chamado por Deus para ser profeta da verdade e da justiça. Amós foi chamado e capacitado por Deus para fazer um diagnóstico criterioso da vida do povo e dos governantes por volta de 750 antes de Cristo.
É surpreendente como alguns elementos fundamentais da sociedade da época de Amós tem paralelos com angústias e desafios de nossa geração no Brasil e no mundo. Elementos como a desigualdade social e econômica, a exploração de altos impostos, a corrupção em diferentes níveis de governo, a confusão religiosa e idolatrias, a opulência e o consumismo exagerado de uma minoria, a pobreza da maioria, o conflito entre nações, a violência nas relações humanas são muito semelhantes ao longo da historia da humanidade. A percepção de Amós das ambiguidades e contradições que marcavam sua geração, provoca uma reação profética radical de denúncia, lamento e chamado à conversão, a mudar de mentalidade, caráter e atitude antes que venha o grande juízo de Deus e a destruição.
Amós ergue sua voz como um leão (3:8) contra os governantes corruptos, contra a falta de integridade do povo de Deus, contra a religiosidade formal e estética desprovida de coerência. Amós chama ao compromisso com Deus e com a prática da justiça nas relações humanas.
Os lamentos de Amós e as denúncias da injustiça podem soar em nossos ouvidos como o rugir de leões, para que a sociedade e a Igreja Cristã acordem de seu processo de apatia profética e liberte-se das amarras da cultura neoliberal que tem anestesiado muitas consciências e impedida de indignar-se com formas de injustiça social e idolatria religiosa de nosso tempo.
O profeta Amós deixa uma brecha de esperança com a transformação a partir de uma mente e um coração, uma mão e um corpo transformados pelo encontro com Deus. O chamado para voltar-se para Deus e para abraçar a prática da justiça e das misericórdias são evidentes no capítulo 5 de Amós: nos versículos 4, 6 e 14 onde lemos o convite: Buscai a Deus e vivei; Buscai o bem e não o mal; aborrecei o mal, e amai o bem, estabelecei o juízo talvez assim Deus se compadeça .....
Vamos buscar ações que transpareçam as práticas da justiça. Não bastar ter o coração puro em retidão. Deus, através da prática de Jesus, nos mostra que possamos ter mãos limpas com corações puros e retos. É a prática que se dá através das mãos em casa, no trabalho, na sociedade e na igreja. A prática da religiosidade por si não se mantem, mas é através do testemunho que Deus fala ao seu povo, dá mesma forma como se deu com o profeta Amós. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo que nos preenche o coração com alegria, paz e esperança pelo poder do Espírito Santo de Deus.