Onde depositamos a nossa confiança?
Como e para quem clamamos?
Dediquem-se completamente ao Senhor e adorem somente a ele (1Sm 7.3).
O capítulo 7 do livro de 1Samuel trata sobre o arrependimento do povo de Israel e a intervenção de Deus. O povo havia se afastado de Deus e Samuel faz o papel de intermediário para o retorno de Israel ao Senhor. O povo reconhece os seus pecados e falhas. Deus levanta um juiz e o capacita para reconduzir o povo ao Senhor, deixando para trás falsos costumes e falsos deuses.
Samuel serve a Deus como profeta, sacerdote e juiz. O capítulo ilustra duas funções exercidas pelo sacerdote e ambas apontam para o que podemos denominar ‘Sacerdote ideal’ – Jesus Cristo. No decorrer do texto, em especial nos versículos 8 e 9, Samuel oferece sacrifícios, clama, intercede a Deus pelo povo. Da mesma forma, a intercessão do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo por seu povo é feita com base em um ‘supremo’ sacrifício – a morte na cruz.
Conforme 1Jo 2 1-2, ...é por meio do próprio Jesus Cristo que os nossos pecados são perdoados e não somente os nossos, mas também os pecados do mundo inteiro. A partir do sacrifício de Jesus Cristo, somos perdoados e perdoadas. Israel devia a sua liberdade à intercessão de Samuel, pois, por meio dela, houve a libertação do jugo filisteu. Nós, como pessoas cristãs, devemos tudo à intercessão e ao sofrimento de Cristo por nós na cruz. Somos pessoas libertas do pecado unicamente pela graça de Deus e pela sua misericórdia.
O texto nos propõe uma belíssima reflexão em torno da nossa confiança em Deus. Afinal, o Senhor ouve o clamor de Samuel. É muito confortante saber que Deus é fiel em todas as suas promessas. Podemos confiar neste Deus que nunca deixará de responder as orações e intercessões dos seus filhos e das suas filhas.
Em nosso dia a dia, também clamamos e Deus nos ouve. Jesus Cristo mesmo prometeu que sempre estaria com as pessoas que nele creem: Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século (Mt 28.20). Em humildade e confiança, todos e todas nós podemos dizer, junto com Samuel: Até aqui nos ajudou o Senhor (1Sm 7.12). Deus caminhou ao lado do povo de Israel em meio a muitas provações e assim ao nosso lado também está. Será que confiamos que Deus é conosco? Será que permitimos que Deus caminhe conosco?
No tempo de Samuel, o povo se desviou dos caminhos da fé, cultuou e depositou confiança em outras divindades, esquecendo de Deus, do seu amor e se perdeu. Talvez, as pessoas daquela época também buscassem caminhos e soluções rápidas. Vivemos em ‘tempos modernos’, marcados pela rapidez das informações. Os nossos smartphones e computadores facilitam a propagação de informações (verídicas ou não).
É possível perceber a grande quantidade de ofertas e soluções milagrosas para relacionamentos, famílias e outras dimensões da vida. Em meio a tudo isso, muitas pessoas se perdem ou são iludidas. É necessário usarmos da nossa fé e do discernimento que ela nos dá para optarmos entre o bem e o mal, entre o caminho da confiança em Deus e o caminho fácil. Deus nem sempre responde imediatamente aos nossos pedidos e segundo o nosso anseio. Deus tem o seu tempo. Onde depositamos a nossa confiança? Como e para quem clamamos?
Quando sofremos, perdemos pessoas queridas do nosso convívio, Deus se apresenta como consolador, que nos envolve no seu amor e na sua misericórdia. É Deus que nos tem protegido e sido auxílio em nossas tribulações. É sempre bom lembrar das palavras do apóstolo Paulo em 2Coríntios 12.9a: a minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco. Deus nos capacita e sustenta, não nos cobra nada, simplesmente espera que sejamos seus instrumentos nesta terra, semeando e vivenciando sinais do Seu Reino.
Segundo Peter Strauch, em um tradicional e conhecido canto luterano ‘os que amam Deus serão iguais ao brilho do sol ao amanhecer’. A cada novo dia, temos uma oportunidade de servir, em palavras e ações. A palavra nos desafia a servir somente a Deus, propagando este ‘brilho’ da Boa Nova da Salvação para todas as pessoas.
Que Deus nos acompanhe e nos dê discernimento nesta Missão!
Pa. Paula Naegele
Ministra na Paróquia de Farroupilha/RS
Dinâmica
Preparação: Organize o espaço com antecedência. Forme um círculo com as cadeiras, disponibilizando, se possível, hinários e Bíblias. No centro da roda, forme uma cruz com velas, uma para cada participante. Coloque, ainda, uma vela grande no centro desta cruz, que pode ser acesa no início do encontro, simbolizando a luz e a presença de Deus. Providencie pedras de diversos tamanhos, uma para cada participante. Estas devem ser estregues no início do encontro.
Saudação: Dediquem-se completamente ao Senhor e adorem somente a Ele (1Sm 7.3)
Canto: Livro de Canto da IECLB - 574
Oração
Estudo, partilha e reflexão: leitura do texto em conjunto, parágrafo por parágrafo, incluindo o diálogo.
O nosso desafio é propagar o amor de Deus e ser a mudança que esperamos para este mundo. Como podemos desempenhar este papel no meio em que vivemos? Como podemos ser Comunidade inclusiva, que oferece espaços confiáveis de conversa e partilha?
Dinâmica: convide cada participante a refletir sobre as suas cargas, segurando simbolicamente a pedra em suas mãos. Lembrando a cada um e a cada uma que Deus, em sua graça, nos acolhe, indiferente do que carregamos em nossos pensamentos e corações. Ele nos convida a aliviar as cargas, a examinar a nossa vida e descobrir o que nos afasta de Deus.
Deus nos convida a confiar e colocar em suas mãos tudo aquilo que muitas vezes não conseguimos resolver. Neste momento, cada pessoa, silenciosamente ou para o grupo, em uma palavra ou frase, pode expressar aquilo que lhe pesa, causa dor ou angustia.
Após este tempo, cada pessoa é convidada a colocar a pedra no centro em troca da vela, que deve ser acesa na vela que está no centro da cruz. Esta vela simboliza a luz da fé em Deus, que nos dá discernimento, que nos motiva a confiar e partilhar os nossos medos, as nossas angústias e falhas e seguir no caminho que Deus tem para nós.
Quando todas as pessoas estiverem com velas acesas, permita um tempo de silêncio e reflexão. Encerre com uma oração (nesta oração, podem ser incluídos motivos trazidos pelo grupo, pedidos, motivos de gratidão...).
Avisos (se necessário)
Benção e Envio
Fonte: Jorev Março 2019