A pequena Sofia estava debruçada na janela. Trazia nos olhos grossas lágrimas. O seu peito estava oprimido pelo sentimento de dor causado pela morte de Maia, sua cadela de estimação. Com pesar, observava ao longe o avô enterrar o corpo da amiga de tantas brincadeiras. A cada pá de terra jogada sobre o animal, sentia como se sua felicidade estivesse sendo soterrada também. A avó, que observava a neta na janela, aproximou-se, envolveu-a em um abraço e falou-lhe com serenidade: Que tristeza... A netinha ficou ainda mais caída, As lágrimas rolaram em abundância. No entanto, a avó, que desejava confortá-la, chamou-lhe a atenção para outra realidade. Tomou-a pela mão e a conduziu para uma janela localizada no lado oposto da casa. Abriu as cortinas e permitiu-lhe que visse o jardim florido à sua frente. Então, perguntou-lhe carinhosamente: Sofia! Você está vendo aquele pé de rosas amarelas bem ali na frente? Lembra-se que você me ajudou a plantá-lo? Foi em um dia de sol como hoje que nós duas a plantamos. Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos. E hoje, veja como está linda, carregado de flores perfumadas e botões como promessa de novas rosas. A menina enxugou as lágrimas que ainda teimavam em permanecer em suas faces. Abriu um largo sorriso, mostrando as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que faziam festa entre umas e outras das tantas rosas de variados matizes que enfeitavam o jardim. A avó, satisfeita por tê-la ajudado a superar o momento de dor, falou-lhe com afeto: Veja querida... A vida nos oferece sempre várias janelas. Quando a paisagem de uma delas nos causa tristeza sem que possamos alterar o quadro, voltamo-nos para outra e certamente nos deparamos com uma paisagem diferente. Leia o Salmo 13.3.