Obrigado pelo pão de cada dia

20/06/2007

Em concordância ao calendário litúrgico estamos em plena época das celebrações de Ação de Graças, e de forma muito especial, lembrando as Ações de Graças Pela Colheita. Época marcada nas Comunidades, por costumes e tradições de trazer até o altar, produtos de melhor qualidade, colhidos na terra, pela própria mão do agricultor e da agricultora. A beleza neste dia é marcada pela diversidade dos frutos depositados ao redor do altar. O brilho e a alegria marcam os rostos das pessoas neste dia de Graça, confirmando a Palavra: “Em Ti esperam os olhos de todos, e Tu, lhes dás o alimento” (Salmos 145.15). A Palavra e o fruto da terra se unem, transformando-se em pão, alimentado a Comunidade celebrante.

Jesus motiva os seus discípulos e discípulas a orar pelo “pão nosso de cada dia”; pão que pedimos a Deus. Pão em hebraico significa tudo aquilo que o ser humano necessita para a vida: a comida, o vestuário, a moradia, lugar de trabalho...Se bem que o ser humano deve trabalhar “com o suor do rosto” para ganhar o seu pão (Gênesis 3.19), lembrando que Deus é a verdadeira origem desse pão: “A toda carne dá o seu pão, porque é eterno a sua misericórdia”! (Salmos 136.25; 145.16).

Olhando a beleza e o capricho como são enfeitados os altares nas comunidades neste Dia de Ação de Graças, podemos fazer uma leitura animadora. Vejo na diversidade de frutos ali colocados, um sinal de resistência à monocultura e uniformidade, pregada pelo mercado e globalização. A riqueza que Deus nos confia, reside justamente na dinâmica da diversidade. Quero motivá-los a aprofundar as reflexões sobre esta diversidade, como contra ponto à ganância, egoísmo, lucro e grande capital – “o poder dos homens”. A Celebração de Ação de Graças pode ser um início do lançamento de uma nova semente, não apenas o fim de uma colheita. No tempo em que somos alarmados pelas notícias do aquecimento global, cabe-nos juntar forças, para a recuperação do paraíso.

Assim, quando celebramos e pedimos: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”, pedimos a Deus que nos ajude durante a peregrinação em companhia de Cristo, para sermos capazes de conservar em nós, a água viva de Deus, a sua luz, o seu amor. Esta ajuda de Deus não exclui, evidentemente, o pão material, mas ao mesmo tempo aponta para muito mais longe. É viver como testemunhas de Deus neste mundo. É o desafio da convivência responsável com toda criação de Deus neste mundo. A força para assumirmos este desafio nós encontramos na Palavra, na oração, na convivência plena na comunidade, na Eucaristia. Em resumo, é o próprio Cristo Jesus, o “o pão vivo” que nos alimenta, dando-nos na terra um antegosto do céu. Como filhos e filhas deste Deus, comprometemo-nos a viver plenamente no hoje de Deus, aqui bem no meio de Sua criação.

Inácio Lemke
Vice-Pastor Sinodal
Sínodo Norte Catarinense
 


Autor(a): P. Inácio Lemke
Âmbito: IECLB
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 8128
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Ainda não somos o que devemos ser, mas em tal seremos transformados. Nem tudo já aconteceu e nem tudo já foi feito, mas está em andamento. A vida cristã não é o fim, mas o caminho. Ainda nem tudo está luzindo e brilhando, mas tudo está melhorando.
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