Um espetáculo teatral era apresentado ano após ano pela turma que concluía o Ensino Fundamental. Rita ansiava por aquele momento. Esperou muito a sua vez para participar da peça. Desejava um papel de destaque. Porém, no dia da seleção de papéis, adoeceu. Naquela fatídica tarde, escolheram uma colega de sua sala para o desempenho principal. Todos os papéis foram distribuídos. Sobraram somente os bastidores. Acabou com a responsabilidade de puxar as cortinas do espetáculo. Sua decepção foi imensa. Voltou para casa cabisbaixa. Vovô Otto quis saber o que se passava e ouviu toda a história, entre lágrimas e soluços. Sem nada dizer, o vô sacou seu bonito relógio de bolso, colocando-o em suas mãos. E, perguntou: O que você vê? O relógio de ouro que você ganhou do seu pai, respondeu Rita. Em seguida, ele abriu a parte traseira do relógio, desvendando seu mecanismo. E, voltou a perguntar: O quê você está vendo aí atrás do relógio do vovô? Ela nunca tinha espiado o interior de um relógio. Disse: Aí dentro tem um monte de rodinhas e parafusos. E, o quê é mais importante, a parte da frente ou a parte de trás do relógio? Perguntou o avô. Com certeza, as duas! Respondeu prontamente a menina. Calmamente ele prosseguiu: Este relógio tão bonito, seria absolutamente inútil se nele faltasse qualquer parte, se tivesse a parte da frente sem a detrás ou a de trás sem a da frente. Mesmo a mais insignificante das rodinhas ou o menor dos parafusos, por mais escondido que esteja, é essencial ao seu bom funcionamento. No seu olhar calmo e amoroso, Rita compreendeu tudo o que Otto queria dizer, sem que precisasse dizer mais nada. Leia Colossenses 3.23-24.