O que Jesus espera de nós?

João 17.1a;20-26

12/05/2013

Queridos irmãos e irmãs em Cristo. Querida comunidade.
 Hoje inicia no Brasil a Semana de Oração pela unidade dos cristãos.
Cristãos de todo o país e de diferentes denominações são convidados a orar e interceder pela unidade daqueles que confessam Jesus Cristo como seu Senhor. O tema escolhido este ano tem como título: O que Deus exige de nós?
Mas, a preocupação com unidade dos cristãos não é um modismo do movimento ecumênico da nossa época. Jesus já se ocupou com esse assunto e fez isso num momento muito sublime em que orou em favor dos seus discípulos.
O Evangelho que ouvimos nos fala sobre a intercessão de Jesus em favor de todos os que crêem e todos aqueles que viriam a crer. A intercessão de Jesus mostra o amor e a preocupação que ele tem com o futuro da igreja.
Esta intercessão é o último ato de Jesus antes de seu sofrimento e sua morte na cruz. É como se fosse o seu testamento, no qual ele coloca os seus desejos e sua vontade para com a igreja que surgiria a partir do Evangelho que ele anunciou.
Se o tema da Semana de oração pergunta sobre o que Deus exige de nós; nosso texto do Evangelho traz como tema: O que Jesus espera da Igreja, da cristandade?
Podemos respondera esta pergunta em três tópicos:
1. A igreja precisa aprender a unidade.
Antes de mais nada Jesus espera a unidade dos cristãos.
Jesus quer uma comunidade unida, coesa, sem divisões, partidarismos, disputas ou competições.
Mas o que significa unidade? Nem sempre é fácil responder esta questão. A Confissão de Augsburgo, a declaração de fé dos luteranos, afirma no artigo VII: “Para a verdadeira unidade da igreja cristã é suficiente que o evangelho seja pregado unanimemente de acordo com a reta compreensão dele e os sacramentos sejam administrados em conformidade com a Palavra de Deus. E para a verdadeira unidade não é necessário que em toda parte se observem cerimônias uniformes instituídas pelos homens.” Ou seja, costumes, tradições, estruturas, tudo isso pode variar, pois o fundamento da unidade é a comunhão existente entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
O apóstolo Paulo também chama atenção para isso no texto aos Efésios 4.1-6. Paulo diz que a unidade da Igreja já foi dada, mas compete aos cristãos preservá-la; o que exige esforço, dedicação e participação de todos os membros do corpo de Cristo.
Para isso pode ajudar a semana de oração, mas muito mais é necessário ser feito. A unidade é um desafio diário para todos nós, tendo em vista a sua finalidade.
Qual o objetivo, a finalidade da unidade? Jesus mesmo responde isso: “Para que o mundo creia que tu me enviaste.” (v.21)
2. O mundo precisa chegar à fé.
O objetivo da unidade é que pelo testemunho dos cristãos o mundo chegue à fé em Cristo. Será esta a razão da descrença em que o mundo vive? As divisões que existem entre o que se dizem cristãos. O egoísmo, o individualismo, o partidarismo são um péssimo testemunho dos cristãos diante do mundo.
O orgulho espiritual e a vaidade religiosa daqueles que deveriam servir são uma pedra de tropeço na vida daqueles que são convidados para a fé.
Não é por menos que o apóstolo Paulo coloca a humildade, a paciência e tolerância como condições para que possa ser preservada a unidade.
O que falta no mundo é fé; mas não uma fé qualquer ou em qualquer coisa. Nosso texto convida para a fé em Jesus Cristo como o enviado de Deus (v. 23).
Jesus convida para a fé no Deus que ama tanto o mundo que Ele enviou seu único filho para trazer perdão, reconciliação e salvação.
Assim chegamos ao último ponto da nossa reflexão: Que todos aprendam o amor.
3. Todos precisam aprender a amar.
Somos eternos aprendizes do amor. O Deus que se revela em Jesus Cristo é fundamentalmente o Deus do amor. Por isso a aprendizagem da fé não pode ser separada da vivência do amor.
O amor é a condição colocada em nosso texto para conseguir a unidade dos cristãos. Jesus diz: “A fim de que o amor com que me amaste esteja neles e eu neles esteja.” (v.26)
O pré-requisito que torna possível a unidade entre os cristãos é o amor de uns para com os outros.
Não é por nada que um pouco antes Jesus havia condicionado o discipulado ao cumprimento de um novo mandamento: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Vós sois meus discípulos se fazeis o que eu vos mando.” (Jo 15.12,14)
Só seremos autênticas testemunhas de Cristo na medida em que vivermos em amor fraternal, fruto da comunhão com o Senhor. O melhor serviço que a Igreja pode prestar ao mundo é vivenciar o amor que resulta numa nova ética.
A ética cristã se exercita na compaixão, busca a reconciliação, promove a paz, pratica a solidariedade, oferece o perdão e se empenha na comunhão entre aqueles que crêem.
Queridos irmãos e irmãs.
Jesus orou pelos seus discípulos. Ele também ora em favor de cada um de nós. Sua preocupação é a unidade e a verdadeira comunhão entre os seus seguidores.
Será que sua oração não foi devidamente atendida por Deus? Ou será que nós cristãos não levamos suficientemente a sério este desejo de nosso Senhor?
Será a unidade dos cristãos um sonho inatingível, um ideal por demais elevado, ou deveria ser a meta a ser buscada por todos aqueles que confessam a Cristo como Salvador?
Eu quero acreditar na segunda opção.
A unidade entre os que confessam Cristo como Senhor e Salvador é uma meta a ser perseguida com amor, pois Jesus espera isso de nós.
a) A igreja precisa aprender a unidade.
O fundamento da unidade é a comunhão da própria Trindade.
b) O objetivo da unidade é levar o mundo para a fé em Cristo.
c) A condição para a unidade é o amor de uns para com os outros, assim como Deus ama em Jesus Cristo. É isso que Jesus espera de nós. Que Deus nos ajude. Amém.


Joinville, 12 de maio de 2013 – P. Germanio Bender.
 


Autor(a): P. Germanio Bender.
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Joinville - Martin Luther
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 17 / Versículo Inicial: 20 / Versículo Final: 26
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 21550
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Nenhum pecado merece maior castigo do que o que cometemos contra as crianças, quando não as educamos.
Martim Lutero
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